Dólar: com corte da Selic, o câmbio voltará aos R$ 5?
Turistas, importadores e estudantes planejando um intercâmbio no exterior não têm do que reclamar do dólar em 2023.
Depois de uma forte valorização da moeda norte-americana nos últimos anos, o dólar caiu 9,25% até julho, voltando a ser cotado abaixo dos R$ 5.
Parte dessa valorização do Real foi motivada pela entrada de capital estrangeiro no Brasil, atraído por nossos juros.
Essa movimentação financeira para ganhar com a diferença dos juros é conhecida como carry trade.
No entanto, com sinais de que a inflação por aqui está arrefecendo, o Copom decidiu nesta semana pelo corte da Selic, agora em 13,25%.
A redução de 0,5 p.p. na taxa básica de juros foi a primeira nos últimos dois anos e novas reduções podem vir pela frente.
O afrouxamento da política monetária pelo BC pode diminuir a atratividade do mercado brasileiro pelos estrangeiros e, assim, o dólar voltar a subir?
Pior: recentes dados sobre o emprego e inflação nos EUA sinalizam que o Federal Reserve pode continuar seu aperto monetário e até promover novo aumento dos juros.
Ou seja: a diferença entre os juros entre o Brasil e os EUA diminuiria ainda mais, tornando o investimento por aqui menos atraente.
No entanto, parte desses ajustes dos juros – lá e cá – já teria sido precificada pelo mercado.
Mais: uma Bolsa barata no Brasil, inflação controlada, queda de juros beneficiando setores específicos, aprovação do pacote fiscal e reforma tributária contribuem em outras frentes.
Em quanto o dólar encerrará 2023 é uma incógnita, mas o Boletim Focus com especialistas do mercado vê o câmbio fechando em R$ 4,91, ante os R$ 5 de projeções no fim do último semestre.