Depois de anos no posto de ação queridinha dos investidores pelos bons resultados e alto nível de distribuição de dividendos, os Banco do Brasil (BBAS3) está no holofotes do mercado. Mas por um motivo ruim.
O movimento negativo começou em junho, quando a companhia reportou um resultado trimestral bem aquém das estimativas para o 1T25 e retirou o guidance para o ano. O lucro caiu 20,7% para R$ 7,4 bilhões, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recuou para 16,7%.
O principal gatilho veio da inadimplência da carteira de agronegócio, que deteriorou boa parte dos resultados, com taxas de até 3,04%. Mas bancos veem piora generalizada da carteira de crédito do BB.
Desde então, analistas colocaram a tese de investimentos no banco em revisão, reduzindo projeções de lucro. Ágora e Bradesco BBI reduziram a recomendação das ações de compra para neutra, assim como a Genial Investimentos, o Santander, o BTG Pactual e a XP.
Com quedas de acima de 10% em 2025, as ações agora estão "abandonadas". E bancos estão projetando que pode piorar com o balanço do 2T25, que será divulgado em 13 de agosto sob o pessimismo do mercado.
O Safra projeta que uma queda de 51% no lucro do BB, enquanto o BofA vê queda de 40%. A gestora Legacy anunciou uma posição vendida nas ações, destacando que o mercado "subestima os riscos" da tese.
A questão agora é: faz sentido aproveitar a queda das ações para comprar? Há quem diga que os papéis estão baratos como nunca e que, apesar da crise, dividendos ainda são atrativos.