Conheça a estratégia financeira que rendeu milhões na venda de bolos de cenoura

Marília Lima fundou a “Cenoradas” na pandemia e hoje possui duas lojas físicas, dois deliveries, além de uma fábrica

A arquiteta Marília Lima começou a empreender por acaso. Em março de 2020, início da pandemia no Brasil, ela e todos os outros funcionários da empresa em que trabalhava foram postos compulsoriamente em férias. Em seguida, foi demitida.

Neste período de muito medo e incerteza por conta do avanço da covid-19, ela decidiu tornar o dia de uma amiga mais doce. “Assei um bolo de cenoura e enviei em uma ‘marmitinha’ com o recado: um bolinho chegou para alegrar o seu dia”, conta.

O gesto comoveu quem recebeu o presente e iniciou uma espécie de corrente entre amigos. “Minha amiga gostou tanto que disse para eu começar a vender. Aí um amigo começou a mandar para o outro. Quando eu vi, tinha uma empresa”, diz.

Ela então abriu um CNPJ e uma conta no Ifood. Rapidamente o “Cenoradas”, como batizou a empresa de bolos de cenoura, foi ganhando escala. Depois de dois anos trabalhando em casa, decidiu abrir uma loja física no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista.

Em outubro do ano passado, a empreendedora decidiu abrir um delivery na Mooca e outro em Higienópolis. Em janeiro deste ano, foi a vez de inaugurar a segunda loja física, desta vez na região de Pinheiros, além de uma fábrica na Vila Mariana.

“Nos primeiros meses eu vendia R$ 4 mil no mês. Depois, foi para R$ 12 mil, avançou para R$ 50 mil. Em 2022, chegamos a faturar R$ 890 mil no ano. Entre janeiro e março de 2023, passamos de R$ 1 milhão”, destaca.

No início, não tinha noção de finanças. Para precificar os produtos, utilizava uma conta simples: multiplicou os custos, que no início eram basicamente com farinha e açúcar, por 2,5. Também calculava a necessidade de materiais para cada fornada de bolo.

“Com uma massa de bolo, eu vendia sete marmitinhas”, relembra. A partir do momento que abriu lojas físicas, outros valores foram sendo incorporados ao preço: “Hoje nós temos impostos, verba para marketing e tudo isso entra dentro da precificação do produto”.

Para entender se estava realmente lucrando ou não, no início também “planilhava” no Excel as entradas e saídas de capital. Mesmo sem saber, o que ela estava fazendo era o chamado “fluxo de caixa”, instrumento essencial para a sobrevivência de qualquer negócio.

Essas medidas parecem simples, mas não saber exatamente quais são os custos do negócio, nem como precificar os produtos, leva muitos empreendedores à falência já nos primeiros meses de vida da empresa.

Por fim, a estratégia da empreendedora, de utilizar recursos em caixa para expandir e procurar não se endividar em demasia nesse processo de ampliação, é também uma forte recomendação dos especialistas.