Os ETFs (Exchange Traded Funds) deixaram de ser coadjuvantes no Brasil e ganharam espaço em 2025, principalmente entre investidores de alta renda. Entre janeiro e agosto, captaram R$ 5 bilhões, superando fundos de ações, multimercados, cambiais e de previdência.
ETFs, ou fundos de índice, são um tipo de investimento que funciona como um “fundo de ações” negociado na Bolsa de Valores. Eles têm como objetivo replicar o desempenho de um índice de referência, como o Ibovespa (BOVA11) ou o S&P 500 (IVVB11).
Em vez de comprar várias ações ou ativos individualmente, o investidor adquire cotas de um ETF, que já reúne uma carteira diversificada. Isso permite exposição a setores inteiros, moedas, commodities ou mercados internacionais de forma prática e com custos menores.
Criados nos anos 1980, os ETFs chegaram ao Brasil apenas em 2004, com o PIBB11. Até 2018, eram pouco relevantes: menos de 60 mil investidores e apenas 16 produtos listados. Hoje, já somam 132 fundos e cerca de 1 milhão de investidores, segundo a Anbima.
No exterior, essa indústria já soma US$ 15 trilhões em ativos, crescendo 10% ao ano. Transparência, liquidez e baixo custo explicam o avanço, além do modelo de assessoria fee-based, que elimina comissões e incentiva recomendações mais alinhadas ao cliente.
No Brasil, gestoras como Itaú Asset e Finacap apostam nos ETFs, e até o Nubank lançou produtos de sucesso, como o NDIV11. A tendência é seguir o caminho dos EUA e da Europa, ampliando o acesso a estratégias diversificadas.
O desafio, porém, está na educação financeira: muitos investidores ainda não entendem os índices que os ETFs replicam. Especialistas defendem que eles podem ocupar papel central nas carteiras, mas não devem ser vistos como solução única.