Evergrande: entenda porque crise imobiliária na China assusta o mercado financeiro
Instabilidade no setor imobiliário da China envolvendo as gigantes Evergrande e Country Garden vem repercutindo negativamente entre investidores globais.
Fortemente endividada, a Evergrande entrou com pedido de proteção à falência nos EUA através do Chapter 15, protegendo assim seus ativos naquele país de seus credores.
Em 2021 a Evergrande anunciou US$ 300 bilhões em passivos. Mais recentemente divulgou prejuízo combinado de US$ 81 bi nos anos de 2021 e 2022.
Já a incorporadora Country Garden – que possui milhares de obras em construção – reportou prejuízo de US$ 7,6 bilhões e tombo de 60% em suas vendas em julho.
As ações da Country Garden bateram em suas mínimas históricas, com a Moody’s rebaixando sua avaliação da empresa.
Nesta semana a Country Garden cancelou em cima da hora a venda de US$ 300 milhões em ações na Bolsa de Hong Kong e a negociação de parte de seus títulos.
Há um certo temor de contaminação dos mercados globais devido ao peso do segmento imobiliário em sua economia e nos investimentos em certos setores.
Se por um lado consumidores desconfiam da capacidade das incorporadoras entregarem suas obras, fornecedores buscam serem pagos ou projetam vendas no laço curto.
O setor imobiliário chinês é um dos motores de sua expansão econômica, catalisando negócios em bancos, siderúrgicas, energia, e gerando milhões de empregos.
Analistas mantêm suas atenções nos números sobre o crescimento industrial chinês e a possível reação de Pequim para amparar o setor, com injeção de recursos e ações sobre crédito e juros.