IVA e Reforma Tributária: pagarei mais imposto com propostas de Haddad?
Ministro da Fazenda diz que carga não aumentará como novo imposto
Ministro da Fazenda diz que carga não aumentará como novo imposto
Os tributos federais mais conhecidos são o imposto de renda (IR), IOF (que incide sobre operações financeiras), IPI (sobre produtos industrializados), II e IE (sobre importações e exportações) e ITR (territorial rural). O Leão morde nos portos, aeroportos, na operadora de seu cartão de crédito e direto em seu empregador.
São a principal fonte de recursos das unidades da federação, incluindo o ICMS (circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte) e sua miríade de alíquotas não unificadas e o IPVA (que incide sobre a propriedade de veículos automotores). Circulou, pagou.
Municípios brasileiros dependem de tributos como o ISS (cobrado sobre serviços), IPTU (predial e territorial urbano, que incide sobre imóveis) e o ITBI (aquele que recai sobre transmissão de bens e imóveis). Como pequenas cidades não conseguem pagar o salário do prefeito, secretários, vereadores e assessores só com esses impostos, eles dependem de repasses federativos.
E ainda não falamos de contribuições (CIDE, Cofins e CSLL) e taxas (as de limpeza pública e de coleta do lixo são as mais conhecidas). Além disso, temos diferentes alíquotas entre municípios e estados e os famigerados NCM (nomenclatura comum do Mercosul). Enfim, um tecido tão confuso e impenetrável que só é explorado por especialistas.
O IVA é o imposto sobre valor agregado. No exterior ele é comumente chamado de VAT (Value Added Tax) e ele em grande medida unificaria diferentes impostos existentes, desburocratizando o sistema e com isso reduzindo custos, facilitando assim sua fiscalização e melhorando a arrecadação.
O imposto nacional unificado é pago sobre o valor agregado (VA) a cada nova etapa da cadeia produtiva. Este VA nada mais é que a diferença entre o valor de compra e o valor de venda de um determinado bem.
Se uma loja comprar um smartphone do fabricante por R$ 1 mil e vender por R$ 1,2 mil ao consumidor final, teremos um valor agregado de R$ 200. Se a alíquota do IVA for de 10%, o valor a ser pago de imposto será de R$ 20.
Apesar da demanda por uma simplificação do sistema tributário e do otimismo do ministro em relação à aprovação da primeira etapa da reforma ainda “em abril”, lideranças partidárias no Congresso e interesses de entes federativos precisam ser negociados na esfera política. A questão do ICMS e repasses é essencial.
A longo prazo esta é uma das ideias. O fim de cobranças em cascata, a adequação de alíquotas, a redução de custos e a desburocratização tornariam, em tese, produtos mais acessíveis.