Mesmo com queda no lucro e aumento da inadimplência, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) seguem atraindo investidores de peso. Entre eles está Luiz Barsi, maior investidor pessoa física da Bolsa, que vê potencial de valorização apoiado na solidez da estatal e no governo como acionista controlador.
Durante o AGF DAY 2025, em São Paulo, Barsi destacou que os papéis estão sendo negociados abaixo do valor patrimonial. “Hoje o valor patrimonial do Banco do Brasil é de R$ 30, mas ele é cotado a R$ 21. Em dois ou três trimestres deve voltar a apresentar bons resultados”, disse.
Os números mais recentes, porém, mostram deterioração. No segundo trimestre de 2025, o banco registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de 60,2% em um ano. O ROE caiu para 8,4%, bem abaixo das projeções, enquanto as provisões para devedores duvidosos saltaram 103,8%, para R$ 15,9 bilhões.
Ainda assim, Barsi lembra que o BB já enfrentou crises mais graves. Nos anos 1990, por exemplo, precisou de uma nova subscrição de ações apoiada pelo governo para superar dificuldades. “O investidor deve entender que a companhia conta com um acionista controlador importante: o governo”, afirmou.
O megainvestidor também aposta na retomada da distribuição de dividendos no próximo trimestre. Quanto ao risco de interferências políticas, reforça que o banco é protegido pela Lei das Estatais e por um estatuto sólido. Por isso, mantém os papéis em sua carteira, confiante na recuperação.