Alta do dólar: relembre 5 vezes em que Lula falou e câmbio subiu

O câmbio do dólar é, junto com a inflação e os juros, uma das variáveis macroeconômicas mais complexas dos analistas do mercado preverem com precisão.

Guerras, pandemia e oferta do petróleo são alguns fatores que interferem nessas métricas. Mas, aqui no Brasil, as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganharam destaque. Negativamente.

12 de Junho: R$ 5,43

O câmbio bate nos R$ 5,43, maior cotação em 18 meses, reagindo à ambígua fala de Lula sobre o equilíbrio fiscal, “sem colocar a questão social na ordem do dia”.

26 de Junho: R$ 5,52

Em meio a embates com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os juros, Lula chama de “cretinos” aqueles que o culpam pela alta do dólar. Câmbio chega a R$ 5,52.

28 de Junho: R$ 5,58

Nova alfinetada em Campos Neto: “isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central. Dólar avança aos R$ 5,58 com percepção de que Lula interferiria nas decisões do BC.

1o. de Julho: R$ 5,64

Lula insiste nas críticas ao BC e câmbio bate novo recorde: “Eu estou há dois anos governando com o presidente do BC indicado pelo Bolsonaro. Ou seja, não é correto isso”.

2 de Julho: R$ 5,66

Novo jab em Campos Neto: “Eu acho que a minha visão sobre o BC não é teórica, é a visão de um presidente que teve um BC sob meu domínio durante oito anos e com total autonomia”.

Depois deste pico, o presidente disse que a moeda estava sob ataque especulativo. De lá para cá, o governo baixou o tom das críticas e sinalizou cortes no orçamento para equilibrar as contas públicas.

Afrouxamento dos juros nos EUA, avanço da reforma tributária e discurso mais moderado de Lula levaram o dólar abaixo dos R$ 5,40 em 10/7. Boletim Focus prevê câmbio a R$ 5,20 ao fim do ano.