Negócio da China: 10 curiosidades sobre a viagem de Lula à Ásia
Grande comitiva presidencial quer catapultar indústria, exportações e diplomacia
Grande comitiva presidencial quer catapultar indústria, exportações e diplomacia
Lula e sua comitiva também tentarão retomar a relevância do diálogo entre os Brics, após anos de isolamento do governo Bolsonaro, e seu Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).
Calcula-se que a comitiva presidencial some 200 pessoas, com ao menos cinco ministros (incluindo Fernando Haddad), o presidente do BNDES Aloizio Mercadante, parlamentares, executivos e empresários de empresas como Bradesco, Marfrig, JBS e Embraer.
A China é o principal destino das exportações brasileiras. Se em 2020 e 2021 a participação foi superior a 30% do total, houve uma queda para 26,8% em 2022, ainda assim muito acima de União Europeia (15,2%), EUA (11,2%) e Argentina (4,6%).
O Brasil tem balanço positivo com a China de US$ 28,97 bilhões, o que é um pouco menos da metade do superávit total de nossa balança comercial (US$ 61,76 bi).
Na pauta de exportações de 2022, os principais itens vendidos aos chineses foram soja (36% do total), minério de ferro (20%), derivados de petróleo (18%), carne bovina (8,9%) e celulose (3,7%).
As exportações de itens de nossa indústria de transformação giram em torno de pífios 2% e se mantêm relativamente estáveis nos últimos anos.
O Brasil tentará emplacar com a China acordos que catapultem negócios nas áreas de telecomunicações (5G), aeroespacial (satélites e aviões), roupas e de geração elétrica limpa, entre outros. Até uma fábrica da BYD na Bahia pode ser discutida.
Enquanto basicamente só exportamos commodities, o rol de produtos importados da China é muito mais diverso, incluindo insumos farmacêuticos e químicos, semicondutores, componentes para celulares, fungicidas, geradores elétricos, autopeças, têxteis e máquinas.
Entre a falta de entusiasmo dos EUA e as travas protecionistas no acordo com União Europeia - Mercosul, o Brasil deve buscar na China uma fonte de recursos para fomentar a indústria e outros negócios e um aliado em um eixo fora do Atlântico Norte.
Com o fim das restrições sanitárias na Ásia, espera-se que o ímpeto econômico chinês seja renovado, com maior demanda por minério de ferro para suas siderúrgicas e óleos para suas indústrias. No entanto, este vigor também dependerá da recessão que avizinha EUA e Europa.
O plano a médio e longo prazos é gerar empregos, desenvolvimento, renda e impostos, fortalecer setores e diversificar nosso portfólio econômico. A que preço é uma questão ainda em aberto.