Entenda porque Xi Jinping quer atrair Lula a projeto trilionário
Entre os séculos 2 e 15 da era cristã, a Rota da Seda movimentou não só milhares de produtos, mas moldou a cultura, economia e religião de toda a Ásia.
O comércio de tecidos, especiarias, cerâmicas, metais e alimentos contribuiu para as expansões do Islã e do budismo e a transformação cultural de todo continente.
Mercadores árabes, turcos, chineses e europeus, como o veneziano Marco Polo, marcaram a história dessa rede comercial.
Relativamente pacíficas e seguras, as rotas entraram em declínio com o comércio marítimo de portugueses e espanhóis na era dos descobrimentos.
A China quer reviver esses dias de glória com a Nova Rota da Seda, uma iniciativa que pode aumentar o PIB mundial em mais de US$ 7 trilhões.
O Belt and Road Initiative (também conhecido como Uma Rota, Um Cinturão) é um conjunto de projetos de infraestrutura e desenvolvimento liderado por Pequim.
Corredores de infraestrutura, oleodutos, ferrovias, portos e outros projetos pretendem unir cerca de 3 quartos das reservas de energia do planeta.
São mais de 150 países signatários da iniciativa. Algumas importantes exceções: EUA, Europa Ocidental, Japão, Índia, Canadá e… Brasil!
Enquanto o presidente Lula busca recursos chineses para viabilizar investimentos no Brasil, a adesão do país à nova Rota da Seda seria um triunfo para a diplomacia chinesa.
No entanto, neste jogo da geopolítica global, a adesão do Brasil ao projeto de Xi Jinping também desagradaria os parceiros de Washington e da União Europeia.
A questão divide o governo, com diplomatas do Itamaraty e membros do Executivo debatendo as vantagens e desvantagens de pender para o dinheiro chinês.