O que é um gato de energia? Problema com furto não é só na Light

Rio de Janeiro nem de longe é o campeão da categoria

A Light (LIGT3) entrou com um contestado pedido de recuperação judicial após acumular dívida de cerca de R$ 11 bilhões.

Um dos motivos que levaram a companhia a esta situação financeira é o fracasso generalizado em lidar com os furtos de energia em sua área de concessão, o Rio de Janeiro.

Popularmente conhecidos como ‘gatos’, o extravio de energia através de ligações clandestinas e fraudes nos medidores geram prejuízos enormes para distribuidores e consumidores.

Essas ligações não estão limitadas a residências, mas também a bares, restaurantes e até fábricas.

O furto implica em menor arrecadação de impostos, sobrecarga na rede, redução de qualidade do serviço e, é claro, repasse de parte das perdas para a tarifa do consumidor legal.

Esse extravio se diferencia das perdas técnicas, que englobam, por exemplo, a transformação de energia elétrica em térmica nos condutores entre a geração, a transmissão e a distribuição.

Entre a alta complexidade socioeconômica de sua área de atuação e o volume de energia injetado (e perdido), a Light é umas concessões campeãs em perdas não-técnicas.

No entanto, apesar de ser um fenômeno bem conhecido no Rio – onde as perdas não-técnicas giram em torno dos 30% –, o estado não é o líder na categoria.

Segundo a Aneel, em 2020 os estados campeões em desvios foram Amazonas (80,8%), Amapá (55,2%) e Pará (33,3%).

Regionalmente lideram RS (6,1%), no Sul; DF (7,0%), no Centro-Oeste e Piauí (13,9%), no Nordeste, além de AM e RJ.