Oscar 2023: como bilionária indústria do cinema ganha dinheiro?

No entanto, até favoritos a Melhor Filme podem amargar prejuízos

Em 12 de março o mundo do cinema celebra os grandes vencedores do Oscar 2023, a grande festa da bilionária indústria do entretenimento de Hollywood.

Os favoritos a Melhor Filme de 2023

Enquanto o alemão Nada de Novo no Front teve basicamente sua audiência limitada ao Netflix, o blockbuster Top Gun: Maverick apostou na lógica inversa, priorizando a exibição em cinemas com som e imagem que maximizam a experiência.

Nesta toada, enquanto a superprodução de Tom Cruise já faturou quase US$ 1,5 bilhão nas bilheterias, seus concorrentes não chegam nem perto disso. Os Fabelmans, Entre Mulheres, Tár e Os Banshees de Inisherin arrecadaram juntos algo em torno de US$ 100 milhões.

Mas como os grandes estúdios ganham dinheiro?

Dependendo do título, as principais fontes de renda dos estúdios e produtoras são a bilheteria dos cinemas, distribuição em streaming, video on demand (VOD), direitos de TV, venda de DVDs e Blurays, merchandising e licenciamento de produtos (pense em coisas como brinquedos e materiais escolares).

Com prestígio, mas (quase) no vermelho

Apesar de títulos como o pioneiro Star Wars gerarem bilhões em produtos licenciados e bilheteria, muitos vencedores do Oscar – como Moonlight e Guerra ao Terror – tem faturamento bem limitado. Ou dão prejuízo mesmo. Tudo por conta de apelo comercial limitado ou altos custos de produção e promoção.

Do outro lado da moeda, antes um evento raro, filmes com bilheterias superiores a US$ 1 bilhão se tornaram relativamente comuns. No entanto, os orçamentos de produção igualmente se tornaram altíssimos, assim como os salários dos astros e verbas de marketing.

Mas boa parte do faturamento tem um destino certo: os grandes estúdios de filmes de Hollywood, que financiam e distribuem títulos tanto de sua produção própria como as de companhias independentes.

NBC Universal

São os donos da Universal Pictures, Amblin e Dreamworks. Em seu acervo estão títulos de sucesso como Jurassic Park, Meu Malvado Favorito, Minions, E.T. e Velozes e Furiosos.

Paramount Pictures

Madagascar, Missão: Impossível, Star Trek, De Volta para o Futuro, Indiana Jones, Titanic, Transformers e Top Gun são campeões de bilheteria do estúdio fundado na era de ouro do cinema.

Warner Bros.

A Warner Bros. detém os direitos de produtoras como HBO e DC Studios. Entre seus maiores sucessos estão franquias como Harry Potter, Matrix, Blade Runner, O Hobbit, Mad Max e dos personagens do universo DC Comics (Batman, Aquaman e Coringa).

Walt Disney

Fundada em 1923, em Burbank, um subúrbio de Los Angeles, iniciou sua trajetória com desenhos animados como o então revolucionário Branca de Neve e licenciando os produtos de Mickey Mouse.

Além dos clássicos filmes familiares como Dumbo, Frozen, Era do Gelo e Cinderela, a Disney possui atualmente sob seu guarda-chuva personagens do universo Star Wars, Pixar, Marvel (Avengers, Homem de Ferro) e da ex-toda poderosa 20th Century Fox (Avatar).

Sony Pictures

Novata do grupo, é a dona dos estúdios Columbia e Tristar. Entre seus principais sucessos estão Ghostbusters, Karate Kid, Men in Black, Rambo, Homem-Aranha e títulos mais recentes da série 007, como Spectre e Skyfall.

Além do prestígio de ganhar um Oscar, uma simples indicação à lista de finalistas afeta diretamente o faturamento de um filme, daí as pesadas despesas com lobbies junto aos membros votantes da Academia.

The End?

A MGM, um dos grandes estúdios dos EUA e responsável por clássicos como Ben-Hur, O Mágico de Oz, boa parte da série 007 e Rocky, entrou em dificuldades financeiras na virada deste século, quase faliu e hoje pertence à Amazon de Jeff Bezos.

E no Brasil…

Neste ano novamente não teremos representantes na cerimônia do Oscar. Por aqui boa parte dos títulos depende de patrocínios e leis de incentivo ao audiovisual, já que possuem limitado apelo comercial e não conquistam espaço nas salas de cinema.