O Brasil pode estar prestes a enfrentar uma nova onda de mudanças nas regras da aposentadoria, motivada por um envelhecimento acelerado da população e pela crescente pejotização do mercado de trabalho.
Alexandre Espírito Santo, economista e coordenador de economia e finanças da ESPM, explicou que o aumento da expectativa de vida e a queda na taxa de natalidade estão desequilibrando a pirâmide etária do país.
“Em outras palavras, daqui a alguns anos, teremos mais pessoas aposentadas do que trabalhadores ativos, a conta não vai fechar”, alerta Alexandre.
Jorge Boucinhas, professor da FGV EAESP, destacou que essa prática, onde trabalhadores são contratados como pessoa jurídica, em vez de pessoa física, está impactando negativamente as contribuições previdenciárias.
Como no modelo PJ não há recolhimento para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é possível que as receitas da Previdência sejam reduzidas significativamente.
No entanto, elevar a idade mínima para a aposentadoria pode ter sérias implicações sociais. Boucinhas ressalta que nem todos os trabalhadores têm condições de continuar ativos até idades avançadas.