Por que as ações da Petrobras na Bolsa são tão importantes?

Ações são sensíveis a ingerência política e dividendos

Ingerência política, distribuição de dividendos, preço dos combustíveis, exploração de petróleo no pré-sal e foz do Amazonas: a Petrobras está sempre nas manchetes do noticiário. Mas, por quê?

Fundada em 1953, a Petrobras surgiu como um monopólio para a indústria petroleira brasileira e hoje é uma empresa estatal de economia mista.

Apesar de ter capital aberto na Bolsa, seu principal acionista e controlador é o grupo formado por União e BNDES/BNDES Par, que indica diretores e direciona ações-chave da empresa.

Controlar a Petrobras significa, teoricamente, ter poder sobre o preço dos combustíveis (e indiretamente dos transportes e fretes) e onde investimentos importantes serão feitos.

A decisão sobre o volume de dividendos também é crucial. Mais lucros significa normalmente mais proventos e como o Estado é o principal sócio e beneficiário, mais recursos para gastar.

Mas se o governo interfere demais na gestão de uma estatal, chamamos isso de ingerência política, e isso não agrada muito os acionistas minoritários, muitos deles estrangeiros.

Os principais produtos da Petrobras (PETR3, PETR4) são gasolina, diesel, gás natural, GLP, querosene de aviação, nafta e asfalto, além do próprio petróleo.

Este portfólio mexe com uma grande cadeia de exploração, produção, refino e transporte, envolvendo plataformas marítimas, oleodutos, gasodutos, refinarias e outras infraestruturas.

A Petrobras é uma das maiores acionistas da petroquímica Braskem e, junto com a Vale, são as empresas com mais peso no Ibovespa.

Ativos da Petrobras que passaram por desinvestimento recente incluem BR Distribuidora (atual Vibra: VBBR3), Gaspetro (Commit Gas) e TAG.

A Petrobras é um dos principais atores na política energética brasileira e tem grande impacto na transição energética de hidrocarbonetos para fontes renováveis.

Isso influi em áreas como a pesquisa sobre etanol de segunda geração e biocombustíveis e até o ritmo de transição entre carros movidos a gasolina para veículos elétricos.

Muita coisa entra nesta frente: pressão por royalties, a questão ambiental, inflação e até uso político dos dividendos.

Sim, afinal, o lucro recorde de 2022 foi resultado de performance corporativa ou de venda de ativos, investimentos paralisados e combustíveis caros?

Esta pergunta é complexa e um dos motivos pelos quais o noticiário político influi tanto as ações da Petrobras como o humor do mercado e do Ibovespa.