Prêmio Nobel de Economia: conheça alguns dos mais influentes economistas da história

Em 1895, o magnata norueguês Alfred Nobel instituiu em seu testamento um prêmio que reconheceria os avanços da humanidade nas áreas de química, física, medicina, literatura e paz mundial.

Uma sexta láurea foi criada em 1968 pelo Sveriges Riksbank (o BC da Suécia) por ocasião de seu 300o. aniversário. Nascia então o Prêmio em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, concedido pela Real Academia Sueca de Ciências e administrada pela Fundação Nobel.

Você certamente já ouviu falar de Adam Smith, Karl Marx e John Maynard Keynes. Suas ideias e obras fundamentaram a teoria econômica e política moderna. Nenhum deles levou o Nobel porque já estavam mortos muito antes do prêmio chegar a existir.

Quem seriam então os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia e o que eles fizeram de tão importante? Do antagonismo da Escola de Chicago (mais liberais) e Keynesianos (que advogam um estado mais participativo), à adoção de disciplinas ligadas à psicologia, modelos matemáticos, teoria dos jogos e clima, conheça alguns dos mais destacados laureados.

Milton Friedman (EUA, 1976)

Um BC independente que regula juros e volume de moeda em circulação para combater a inflação. Já viu isso? Este era um dos pilares das ideias de Friedman, um dos expoentes da escola de Chicago, que defende o livre mercado. Ele foi um pioneiro no estudo do consumo e teoria monetária.

James Tobin (EUA, 1981)

O neo-keynesiano ganhou notoriedade por seu antagonismo frente à escola de Chicago e seus estudos sobre o mercado financeiro e teorias sobre formação de carteiras de investimentos. Se você diversifica e usa a expressão ‘não por todos os ovos no mesmo cesto’, deve um pouco a Tobin.

George Stigler (EUA, 1982)

A primeira prioridade para acabar com a pobreza é fazer com que os pobres tenham empregos. Foi com ideias como essa que Stigler, um dos cabeças da escola de Chicago, escreveu sobre a teoria dos preços, informação e o uso da regulação para benefício de certos grupos de interesse.

John Nash (EUA, 1994)

Os conceitos do matemático de Princeton foram a base de muitas ideias relativas à teoria dos jogos e equilíbrio não-colaborativos. Sua carreira e luta contra a esquizofrenia são o pano de fundo do filme Mente Brilhante (2001), com Russell Crowe no papel principal.

Economia comportamental

Você consome o que você é (ou acha que é): diversos laureados com o Nobel estudaram como fatores ligados a cultura, emoção, cognição e psicologia levam a decisões de mercado, tanto de indivíduos como de grupos. Herbert Simon, Daniel Kahneman e Vernon Smith são alguns dos expoentes dessa área.

Neo-keynesianos

Se liberais predominam em tempos de prosperidade e em países ricos, os proponentes de um estado mais participativo ganharam destaque (e prêmios Nobel) na esteira de crises como a de 2008 e o crescente desequilíbrio social. Paul Krugmann e John R. Hicks são alguns destes nomes.

Alívio da pobreza (2019)

Esther Duflo, Abhijit Banerjee e Michael Kremer foram reconhecidos por seus estudos sobre a economia do desenvolvimento, debruçando-se em questões como educação, saúde e trabalho, determinando políticas públicas e privadas e a otimização de recursos.

Os ganhadores do Nobel de Economia de 2022 são Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig. Eles foram reconhecidos por seus estudos sobre a vulnerabilidade dos bancos, regulação do mercado e administração de crises financeiras.

Bernanke, ex-chairman do Federal Reserve, estudou a Grande Depressão de 1930 e como boatos e retiradas de depósitos de bancos podem levar à 'auto-realização' dessas notícias e ao eventual colapso do sistema.

Já Diamond mostrou como bancos -- como intermediários entre depositantes e tomadores de empréstimos -- são fundamentais na análise de crédito e que esse dinheiro será utilizado em bons investimentos.