Recuperação judicial: entenda possível solução para rombo das Americanas
Eternit, Oi, Odebrecht e Saraiva são companhias que usaram recurso para gerir dívidas
Eternit, Oi, Odebrecht e Saraiva são companhias que usaram recurso para gerir dívidas
A recuperação judicial serve para auxiliar empresas altamente endividadas a ‘ganhar um tempo’, vendendo ativos, renegociando dívidas e pagando algumas obrigações para que possa se recuperar economicamente, manter empregos e tornar-se novamente viável.
Herdeira direta da Telemar, a Oi endividou-se fortemente com caras aquisições de concorrentes com frágil saúde financeira. Isso sem falar do caso envolvendo a Portugal Telecom. O resultado foi a entrada em um processo de recuperação judicial em 2016 após a declaração de um rombo de R$ 65,4 bilhões.
Uma das grandes redes de livrarias do Brasil, a Saraiva endividou-se fortemente com um ousado plano de expansão através de megalojas e novos negócios. A conversão de dívidas em ações, divulgado em agosto de 2022, pode ser o começo do fim do plano de seu plano de recuperação.
Um exemplo positivo dos ajustes de uma recuperação judicial pode ser visto na Eternit, líder nacional em fabricação de telhas e coberturas. Aquisição de concorrente, modernização do portfólio (mas ainda contando com o polêmico amianto) e gestão financeira têm levado a companhia a números interessantes e até pagamento de proventos.
No final de 2022 a companhia de energia renovável aprovou aumento de capital de até R$ 286,3 milhões por subscrição privada de ações. Este é o mais recente capítulo do processo de recuperação judicial, que previa alienação de ativos e a conclusão do parque eólico Alto Sertão.
A antiga Gradiente foi uma pioneira no mercado de celulares e aparelhos de áudio e vídeo. Frente à concorrência de estrangeiras, o negócio sofreu um baque. Notícias esporádicas sobre sua saída da bolsa e a batalha com a Apple pelo nome iPhone causam disparos ocasionais nos preços de suas ações.
A exchange de criptomoedas de Sam Bankman-Fried entrou em colapso no fim de 2022, com problemas de liquidez que impediram resgates de ativos de milhares de investidores.
Com dívidas na casa dos R$ 80 bilhões a antiga toda poderosa empreiteira não tem ações negociadas na Bolsa. No entanto, a ex-Odebrecht é um dos maiores acionistas da petroquímica Braskem (BRKM5) e a venda deste ativo para saldar dívidas é de amplo interesse do mercado financeiro.
De vez em quando , a recuperação judicial não basta para uma empresa se reerguer. Este é o caso da mineradora de Eike Batista, que entrou no procedimento em 2014, deixou de ter ações negociadas na B3 em maio de 2021 e desde então se vê às voltas com a decretação de sua falência nos tribunais.