Shell quer fazer etanol com planta da tequila… no Brasil

De baixa emissão a produtividade, entenda o projeto

A Shell quer dar um passo além da parceria com a Cosan (CSAN3) para produzir etanol de celulose.

Ano passado a Shell fechou acordo para compra de 3,25 bilhões de litros de etanol da Raízen (RAIZ4) de celulose vinda do bagaço da cana-de-açúcar. Agora quer ir além.

Se no passado o rejeito da cana era destinado apenas para alimentação animal ou para ser queimado em caldeiras, um destino mais lucrativo pode estar por vir.

A ideia é produzir 50% mais etanol na mesma área plantada, o que significa melhor performance de emissão de carbono, produtividade e a não ocupação de espaço para culturas não alimentares.

O ‘pulo do gato’ é o investimento na tecnologia de etanol de segunda geração, aproveitando outras culturas que igualmente produzem muitos resíduos.

A petroleira anglo-holandesa firmou então uma parceria com o Senai Climatec de Salvador, na Bahia, para refinar tecnologias para produzir derivados da biomassa do agave, a planta da tequila.

O programa Brave (Brazilian Agave Development) tem como escopo o plantio de distintas espécies da planta, a mecanização de sua colheita e o desenvolvimento de diferentes produtos.

Entre os possíveis derivados estariam etanol de primeira e segunda geração e biogás.

Uma das vantagens do agave sobre a cana seria sua adaptação ao estresse hídrico e a climas semi-áridos, podendo ficar anos sem irrigação.

A solução, portanto, seria uma interessante aposta para criar nova frente à agroindústria no sertão nordestino.