Mesmo após um alívio momentâneo nos mercados com a pausa de 90 dias nas tarifas anunciada por Donald Trump, as indefinições continuam com a guerra tarifária focada na China.
A princípio beneficiado por uma nova ordem comercial que se aproxima, o Brasil, no entanto, está exposto aos piores desdobramentos, numa combinação de inflação pressionada pela disparada do dólar, fuga de capitais e estagnação econômica.
No jargão do mercado, o Brasil é visto como um “high beta global”. Ou seja, o desempenho da Bolsa brasileira tende a amplificar os ciclos globais. Se houver recessão, os ativos locais sofrerão mais; se ocorrer alívio, podem se recuperar com força.
Foi o que aconteceu nos mercados após o recuo de Trump sobre as tarifas em 9 de abril. Uma forte recuperação, sentida também no Brasil, num primeiro momento, mas que ainda passa por volatilidade.
O Ibovespa oscila devido a incertezas sobre a duração da trégua tarifária e temores de novas tensões, especialmente com a China, principal alvo das tarifas de Trump, cujas taxas foram elevadas para 145%.