Educação Financeira

Para fugir da poupança: aqui estão 4 alternativas mais rentáveis e com segurança

Aplicação mais procurada pelos brasileiros oferece ganhos muitos inferiores a outros investimentos; confira

Para fugir da poupança: aqui estão 4 alternativas mais rentáveis e com segurança
A caderneta de poupança ocupa o posto de investimento mais popular entre os brasileiros. (Foto: Zamrznuti tonovi em Adobe Stock)

Poucas temas são tão consensuais entre investidores brasileiros quanto a caderneta de poupança. Mais uma vez, a aplicação se apresenta como a mais procurada no País: o Raio-X do Investidor, estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) que chega à sétima edição em 2024, mostra que ela persiste entre 25% dos entrevistados. No entanto, apesar da popularidade, especialistas veem a poupança como uma alternativa ruim para investimentos.

A poupança é vista como um investimento seguro por grande parte de quem investe nela. Ainda pesa a seu favor a facilidade para aplicar, a isenção de Imposto de Renda (IR), além do fato de ser operada por qualquer instituição financeira regular do País. Por outro lado, exceto situações pontuais, dá para afirmar sem medo de errar que ela não oferece retornos competitivos se comparada a outros ativos financeiros disponíveis no mercado — nem mesmo entre as opções mais conservadoras, vale destacar.

Talvez a melhor maneira de demonstrar a baixa rentabilidade da poupança seja entender como seus cálculos são feitos, antes de fazer algumas comparações. A regra determina que quando a taxa de juros (Selic) se encontra acima de 8,5% ao ano (aa), o rendimento da poupança deve passar a 0,5% ao mês, ou 6,17% aa, somado à Taxa Referencial (TR), que é próxima de zero. Atualmente, a Selic está em 10,5% aa.

Por essa razão, existe um consenso entre especialistas em investimento de que a poupança é uma escolha ruim, especialmente no momento atual da Selic. Por outro lado, os títulos vinculados ao Certificado de Depósitos Interbancários (CDI) oferecem retornos próximos a 1% ao mês e seus rendimentos orbitam o patamar da taxa Selic – hoje, acima de 10% aa.

Alternativas à poupança

CDB

Um exemplo de ativo indexado ao CDI é o Certificado de Depósito Bancário (CDB). É considerado um investimento previsível, podendo ser prefixado, além de ser assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que a chance de arcar com um calote, por exemplo, é muito baixa.

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Esses títulos são uma das principais maneiras que bancos encontram de conseguir capital. Na prática, “tomam emprestado” o dinheiro dos investidores em troca de uma remuneração a juros, a depender do prazo de vencimento e do indexador do ativo.

É comum que grandes bancos ofereçam rentabilidade entre 70% do CDI e 90% do CDI para esses produtos. Entre as fintechs e instituições financeiras menores, a rentabilidade pode ser mais competitiva: entre 90% e 130% do CDI.

Tesouro Selic

Aquilo que fazem os bancos com o CDB, o governo também faz com títulos públicos. Os ativos do Tesouro Direto são distribuídos pelo programa da Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil. O governo pega um empréstimo com investidores, oferecendo uma remuneração. Esses são considerados os investimentos mais seguros do País.

A opção mais conhecida é o Tesouro Selic, cuja rentabilidade segue de perto a variação dos juros e remunera 100% do CDI. Além disso, ele possui liquidez diária e risco baixo. Uma alternativa simples, muito segura e mais rentável para substituir a poupança.

LCIs e LCAs

As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA) funcionam de maneira semelhante. Uma serve para financiar o setor imobiliário; a outra, o agronegócio. Mas o grande diferencial que elas apresentam em relação ao CDB e aos títulos do Tesouro está na isenção de IR — assim como a poupança. Não raramente, o rendimento desses ativos supera de maneira expressiva seus concorrentes.

É possível encontrar opções que oferecem retornos entre 80% a 100% do CDI. Mas não se engane: ainda que rendam abaixo de 100% do CDI, o retorno muitas vezes pode superar o do CDB. Uma simulação rápida é capaz de demonstrar.

O valor de R$ 1 milhão em uma LCI, com rendimento de 90% do CDI – e isenta de IR – retornaria ao investidor cerca de R$ 95,8 mil, em 12 meses. Enquanto isso, o CDB sofreria abatimento de IR (alíquota de 17,5% pelos 12 meses) e devolveria R$ 87,9 mil, ainda que este estivesse rendendo 100% do CDI.

No caso das LCI e LCA, é preciso atentar ao prazo de vencimento do contrato. A aplicação pode ser resgatada antes da data estabelecida somente por negociação no mercado secundário. Isto é, o investidor precisa vender seu título a outro interessado para reaver o dinheiro, e isso nem sempre se mostra vantajoso.

No mais, é sempre recomendada a busca por consultores de finanças e profissionais capacitados que possam orientar seus cliente da melhor forma, a fim de reduzir os riscos e escolher a opção que melhor atenda as necessidades do investidor.