O Bank of America é mais uma instituição financeira de grande porte a promover uma rodada de piora em suas projeções para variáveis econômicas em 2022, vendo juros de dois dígitos, inflação ainda mais acima da meta e taxa de câmbio mais depreciada.
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A Selic vai ficar em 10,75% em 2022, após duas altas de 1,50 ponto percentual até o fim de 2021, uma de 1 ponto em fevereiro de 2022 e uma final de 0,50 ponto em março, prevê o banco.
“À medida que a âncora fiscal enfraquece, acreditamos que o Banco Central terá que usar seu principal instrumento, as taxas de juros, para tentar promover alguma reancoragem (de expectativas)”, disseram em relatório David Beker, economista e estrategista para Brasil do BofA, e Gabriel Tenorio, estrategista de câmbio e juros.
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O BofA admitiu que os juros altos impõem “pressões de baixa significativas” sobre a projeção de crescimento da economia para o ano que vem. Em meados de outubro, o banco previa expansão de 2,1% do PIB em 2022.
Mesmo com o juro mais alto, a inflação (agora vista em 5%) ainda vai ficar acima do projetado pelo BofA anteriormente (4%), distanciando-se ainda mais da meta central de 3,50%.
Nesse contexto, o real ficará ainda mais fraco. A nova expectativa do banco privado é que o dólar feche 2021 em 5,50 reais (de 5,10 reais antes) e suba em 2022 a 5,70 reais (5,30 reais no cenário anterior), “para refletir a deterioração dos fundamentos e os maiores riscos político-fiscais”.
“Mantemos um viés cauteloso sobre a moeda, apesar do prêmio de risco extremamente alto, grande diferencial de taxas de juros e posicionamento leve, uma vez que esperamos que a volatilidade permaneça muito elevada nos próximos meses devido à incerteza fiscal e política”, afirmaram.
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