Com exceção das bolsas de Nova York, que seguiram em alta e renovaram, mais uma vez, seus recordes históricos de fechamento, ativos estrangeiros refletiram um sentimento mais cauteloso entre investidores dos mercados internacionais nesta terça-feira, à medida que esperam pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), amanhã. É esperado que o BC americano anuncie a redução da acomodação monetária provida durante a crise do coronavírus, e analistas questionam se a mudança de outros Bcs de países desenvolvidos para uma postura mais hawkish pode ter influenciado a autoridade monetária dos EUA.
Leia também
Neste cenário de espera pelo Fed, os juros dos Treasuries recuaram, com o retorno da T-note de 2 anos em baixa a 0,442%, o da T-note de 10 anos caindo a 1,539% e o do T-bond de 30 anos cedendo a 1,953% no fim da tarde em Nova York.
Como mostrou reportagem do Broadcast, é amplamente esperado que o BC dos EUA dê início ao seu processo de tapering das compras de ativos após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que termina amanhã. “A maior incerteza é se o comunicado do Fed sinalizará preocupações crescentes sobre a alta da inflação, com dados recentes potencialmente forçando a autoridade a repensar sua suposição anterior de que a maior parte da alta recente será transitória”, explica a Capital Economics.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A consultoria britânica avalia que as pressões inflacionárias de curto prazo em economias desenvolvidas devem fazer com que os BCs comecem a normalizar suas políticas monetárias antes do planejado inicialmente, como sinalizou o banco central da Austrália (RBA, na sigla em inglês) em comunicado divulgado hoje.
No mercado cambial, o dólar australiano esteve entre as moedas fortes que mais se desvalorizaram ante o dólar americano hoje, em queda a US$ 0,7432, por volta das 16h50 (de Brasília). O índice DXY subiu 0,22%, aos 94,090 pontos, apoiado pela fraqueza do euro, que cedia a US$ 1,1585, e da libra, que caía a US$ 1,3618, no horário citado.
A divisa comum também enfraquecia em meio às quedas abaixo do esperado dos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) do setor industrial da zona do euro e da Alemanha em outubro.
O mercado acionário em Nova York, no entanto, registrou direção contrária ao do restante dos mercados estrangeiros e os principais índices de Wall Street renovaram seus recordes de fechamento pelo segundo pregão seguido. “O mercado de ações está notavelmente resiliente no momento e avançou apesar dos problemas na cadeia global de suprimentos, preocupações com a inflação, aumento dos juros dos Treasuries e um Fed mais hawkish”, afrima o diretor-gerente do UBS Private Wealth Management, Greg Marcus.
Publicidade
Entre ações de destaque, a Pfizer subiu 4,22% após relatar alta no lucro líquido do terceiro trimestre, enquanto a ConocoPhillips recuou 2,09%, também após divulgação de balanço. O Dow Jones terminou o dia com ganhos de 0,39%, aos 36.052,63 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,37%, aos 4.630,65 pontos, e o Nasdaq subiu 0,34%, aos 15.649,60 pontos.
Investidores continuam a monitorar a tramitação de medidas econômicas almejadas pelo presidente Joe Biden. O Citi comenta em relatório que elas devem ser aprovadas, mas não está claro se ainda nesta semana. Segundo relatos da imprensa americana, a presidente da Câmara dos Representantes e deputada democrata, Nancy Pelosi, disse esperar que a votação da agenda de Biden ocorra até quinta-feira que vem.
Na Europa, os índices acionários não seguiram direção única hoje, com o londrino FTSE 100 recuando 0,19%, aos 7.274,81 pontos, enquanto o DAX, da bolsa de Frankfurt, subiu 0,94%, aos 15.954,45, e o parisiense CAC 40 avançou 0,49%, aos 6.927,03 pontos.
Por fim, no mercado futuro, o barril do petróleo WTI para dezembro recuou 0,17%, a US$ 83,91, na Nymex, enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 0,01% na ICE, a US$ 84,72. Investidores operaram em meio à espera pela reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que acontece na quinta-feira.
Publicidade