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- Os papéis da Eletrobras abriram em forte queda nesta quarta-feira (17)
- A reação acontece após a divulgação do balanço do 3º trimestre, que veio com uma queda de 65,7% no lucro líquido. O montante passou de R$ 2,8 bilhões, entre julho e setembro do ano passado, para os atuais R$ 965 milhões
- De acordo com a empresa, o resultado foi afetado por ajustes na contabilização de provisões para contingências de R$ 9,4 bilhões, principalmente relacionadas a processos judiciais de empréstimos compulsórios
Os papéis da Eletrobras abriram em forte queda nesta quarta-feira (17). Até às 12h58, a ELET6 estava em baixa de 4,32%, aos R$ 32,58. A reação acontece após a divulgação do balanço do 3º trimestre, que veio com uma queda de 65,7% no lucro líquido. O montante passou de R$ 2,8 bilhões, entre julho e setembro do ano passado, para os atuais R$ 965 milhões.
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De acordo com a empresa, o resultado foi afetado por ajustes na contabilização de provisões para contingências de R$ 9,4 bilhões, principalmente relacionadas a processos judiciais de empréstimos compulsórios. Por outro lado, o lucro líquido recorrente (sem os efeitos pontuais, como as provisões) foi de R$ 3,7 bilhões, o que representa uma alta de 3.754% na comparação com o mesmo período de 2020.
O EBITDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) cresceu 4% nos últimos 12 meses, atingindo os R$ 5,5 bilhões. A receita operacional líquida também apresentou crescimento, de 45%, chegando aos R$ 9,9 bilhões. Para Alexandre Achui, head da mesa private de ações e sócio da BRA, apesar da melhora operacional, a explosão de provisões foi uma surpresa bastante negativa para o mercado.
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“O mercado vê a provisão de contingências judiciais, relativo à disputas de empréstimos compulsórios, aumentando para R$ 9,4 bilhões de reais como bem negativo. São taxas que foram cobradas nas contas de energia e que o governo se comprometeu à devolver em ações ou dinheiro como crédito na conta de luz”, afirma Achui.
Ainda assim, a queda nas ações no pregão desta quarta-feira aconteceria mais na esteira do noticiário recente sobre privatizações, do que pelos números. “Uma informação de ontem é que a privatização da Eletrobras pode atrasar porque seu relator no TCU, ministro Aroldo Cedraz, não deve liberar o julgamento pelo plenário até 8 de dezembro. Ou seja, deve ficar somente para ano que vem”, afirma João Beck, economista e sócio da BRA.
Já o BTG Pactual manteve recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 68 – isto é, uma alta de quase 100% em relação ao patamar atual. Ainda assim, a instituição ressaltou que é necessário ‘entender melhor’ o que levou ao aumento expressivo do empréstimo compulsório, uma vez que seria um relevante componente do processo de privatização.
E para os próximos meses?
Na visão de Beck, há pouco o que se esperar da Eletrobras no longo prazo, principalmente considerando que a privatização ficará para 2022, ano das eleições presidenciais. “Privatizações são processos impopulares que têm dificuldade de serem executados em ano eleitoral”, explica o economista. “ Como 2022 é ano eleitoral, o processo de privatização deve ficar para o primeiro ano do próximo presidente.”
Segundo Achui, fora as questões políticas, um das principais riscos no curto prazo em relação à companhia é o agravamento de uma crise hídrica. “O destaque positivo fica somente por conta do setor de transmissão, com forte desempenho operacional e com o possível afastamento temporário de um crise hídrica, graças às chuvas de outubro”, explica.
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