O petróleo fechou em alta nesta terça-feira (23), em sessão volátil, mesmo após os Estados Unidos e outros países anunciarem que vão liberar reservas estratégicas da commodity com o objetivo de reduzir os preços. Na avaliação de analistas, essas medidas devem ter efeito limitado nas cotações. Inicialmente, a matéria-prima chegou a recuar no mercado internacional, mas passou a subir quando o foco dos operadores se concentrou na resposta que pode vir da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
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Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para janeiro encerrou com ganho de 2,28% (US$ 1,75), a US$ 78,50. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para igual mês subiu 3,27% (US$ 2,61), a US$ 82,31 por barril.
O governo americano anunciou pela manhã a liberação de 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas para tentar resolver o descompasso entre oferta e demanda, que causa a elevação dos preços. O Reino Unido deve liberar 1,5 milhão de barris e a Índia, 5 milhões.
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Para o analista Criag Erlam, da Oanda, o volume anunciado “não superou expectativas, então o mercado já estava posicionado”.
Em reação à estratégia coordenada entre os países, o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, reafirmou o compromisso do cartel com a garantia de um mercado da commodity “estável e equilibrado” para produtores e consumidores e que garanta apoio à recuperação da economia global.
Segundo Louise Dickson, analista da Rystad Energy, o movimento de hoje é uma “mensagem clara” para a Opep+ de que o grupo não é o único ator no cenário do mercado global de petróleo.
“O esforço coordenado representa a formação de uma aliança não oficial do lado da demanda que mantém a Opep+ sob controle se ela dispara os preços a um nível considerado insatisfatório para estimular o crescimento econômico e manter o poder de compra do consumidor sob controle”, diz a profissional da consultoria norueguesa.
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Agora é esperado que a Opep+ discuta seu acordo de produção com mais detalhes na próxima semana, o que irá influenciar o desenho de qualquer novo acordo de oferta. Também há incerteza sobre as perspectivas de demanda, em meio a novas restrições de mobilidade na Europa para conter a piora da pandemia de covid-19.