Após uma manhã tentando se firmar no positivo, o Ibovespa se rendeu à cautela externa pré-reunião do Federal Reserve (Fed), amanhã, e terminou o pregão novamente no negativo, abaixo dos 107 mil pontos. Embora a expectativa de que a inflação possa começar a ceder – após uma ata do Copom com tom mais firme e também com dados recentes de atividade mais fraca – tenha sustentado o índice em terreno positivo na primeira etapa de negócios, a percepção dos operadores ouvidos pelo Broadcast é de que uma lista de fatores que inspiram cautela ganhou a queda de braço na bolsa brasileira hoje.
Além da decisão de política monetária americana, o comportamento negativo das commodities hoje, a reiteração do rating brasileiro, mas com perspectiva negativa, pela agência de classificação de risco Fitch Ratings e a sinalização de juro alto por um tempo prolongado no cenário doméstico pesam no comportamento dos ativos hoje. Assim, o índice fechou em queda de 0,58%, aos 106.759,92 pontos, mais perto da mínima do dia (106.444,53) que da máxima (109.147,66)
“De manhã, tínhamos taxa de juros caindo com força e Ibovespa descolando de Nova York. Tivemos ata hawkish do Copom de manhã, o que pressionou os juros. Porém, mais tarde, tivemos Fitch reiterando rating soberano (do Brasil) em BB- com perspectiva negativa, citando riscos ficais, inflação e volatilidade do real. Acabou pesando bastante contra o índice (…) e passamos a acompanhar o exterior e a expectativa com o Fomc nos EUA”, resume o analista da Guide Investimentos Rodrigo Crespi.
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Amanhã, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve anunciar uma mudança no ritmo e na intensidade da redução dos estímulos monetários sobre a economia. E, ainda, deve sinalizar quando iniciará uma redução dos juros. A decisão é monitorada com cautela pelos mercados globais, uma vez que tem potencial de mudar o fluxo dos investimentos ao redor do mundo, afetando sobretudo países emergentes. Nos EUA, S&P 500 e Nasdaq encerraram o dia com queda de 0,74% e 1,14, respectivamente, e Dow Jones caiu 0,30%.
Apesar da queda de hoje, o Ibovespa mantém alta no mês, de 4,75%. Na semana, contudo, acumula um recuo de 0,93%.