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- As principais escolhas em ações do banco para o ano que vem (top picks) são Arezzo, Bradesco, Hapvida, Rumo e Suzano.
A equipe de análise do Santander projeta que o Ibovespa pode chegar a 125 mil pontos em 2022, com um retorno em potencial de 19% em relação ao fechamento de segunda-feira (20). Segundo o banco, mesmo com a volatilidade que costuma ser observada nos mercados em anos eleitorais, como o próximo, as ações brasileiras estão baratas demais para serem ignoradas.
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Em relatório divulgado no começo da semana, ao qual o Broadcast teve acesso em primeira mão, o estrategista de ações da Santander Corretora, Ricardo Peretti, vê quatro razões para acreditar que o índice acionário pode se valorizar no ano que vem.
Segundo ele, o Ibovespa negocia a múltiplos de 7,8 vezes o preço/lucro para os 12 meses seguintes, abaixo da média dos últimos dez anos, de 11,5 vezes. Além disso, o balanço da maior parte das empresas brasileiras está sólido, de acordo com ele, com uma alavancagem média de 1 vez no terceiro trimestre deste ano.
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Peretti também afirma que o câmbio segue depreciado, e que há um posicionamento ainda pequeno nas ações brasileiras. Ele estima que os papéis representem apenas 8,3% do patrimônio total sob gestão da indústria de fundos, e destaca que o mercado local caiu de 8% antes da pandemia para 4,2% na cesta de países emergentes dos investidores globais.
O Santander acredita que as empresas produtoras de commodities, que puxaram os lucros do Ibovespa para cima neste ano, terão uma normalização de ciclo no ano que vem, ao mesmo tempo em que empresas ligadas ao mercado doméstico seguirão no modo de recuperação. O banco também espera que os investidores estrangeiros continuem, no ano que vem, como “consistentes compradores líquidos” de ações brasileiras, como neste ano.
Em um cenário muito otimista, o banco afirma que o Ibovespa poderia chegar a 155 mil pontos no ano que vem. No cenário mais pessimista, iria a 100 mil pontos.
Os maiores riscos, de acordo com o relatório, seriam um aumento acima do esperado da curva de juros futuros, causado por questões fiscais, descontrole inflacionário e ruídos políticos; uma atividade econômica mais fraca que o esperado (o Santander projeta alta de 0,7% do PIB no ano que vem); a forte correlação entre os preços de commodities e mercados emergentes; e uma maior depreciação cambial.
Escolhas em ações
As principais escolhas em ações do banco para o ano que vem (top picks) são Arezzo, Bradesco, Hapvida, Rumo e Suzano. Para as cinco companhias, o banco tem expectativas positivas de crescimento e de lucros.
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Peretti afirma que a Arezzo pode ter como catalisadores a recuperação de marcas que foram mais impactadas pela pandemia, como a Anacapri, melhorias na operação americana, uma integração mais rápida que o esperado de empresas adquiridas e uma maturação também mais rápida de novas iniciativas. “Dado o histórico da Arezzo, o mercado poderia ser surpreendido positivamente por resultados melhores que o esperado em 2022”, afirma.
Sobre o Bradesco, o estrategista do Santander destaca a reprecificação de linhas de crédito com a alta da Selic, o que deve incrementar as margens financeiras do banco, além de uma mudança no mix de crédito, para linhas com mais garantias e maior prazo, e uma recuperação mais rápida que o esperado da Bradesco Seguros, um dos motores de lucro do conglomerado.
Já para a Hapvida, o cenário positivo inclui, na visão do banco, uma menor utilização de hospitais com o aumento da vacinação contra a covid-19, o que deve reduzir a sinistralidade. Além disso, Peretti comenta que as sinergias com a Notre Dame Intermédica, que podem atingir R$ 38 bilhões, ainda não estão precificadas pelo mercado. As amortizações de ágio, inclusive, poderiam ampliar a remuneração da empresa aos acionistas.
Para a Rumo, a expectativa é de boas notícias das safras agrícolas em 2022, com maior carga de produtos por parte da empresa e uma consequente surpresa positiva nos lucros. Além disso, novos projetos, com base em leilões ou autorizações ferroviárias, devem ficar no radar, afirma o relatório.
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Por fim, no caso da Suzano, o banco espera um ciclo de recomposição de estoques de celulose na China nos próximos meses, o que aumentaria os preços do insumo e beneficiaria a companhia. A previsão do Santander é de que o preço médio da tonelada de celulose fique em US$ 560 no ano que vem, para a fibra curta. Com isso, a Suzano teria uma forte geração de caixa em 2022, mesmo com os investimentos no projeto Cerrado.