- Em 2021, o mercado de vinhos finos medido pelo índice Liv-ex Fine Wine 100 index cresceu 19,94%
- Investidores brasileiros podem participar do crowdfunding da Oeno com cotas a partir de R$ 5 mil
Além de apreciar sabores e harmonizações, os rótulos de vinho também podem ser uma forma de investimento. A aplicação é considerada como uma alocação alternativa, modelo que possibilita a diversificação dos portfólios dos investidores em setores específicos.
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Assim como a compra e venda direta de produtos em plataformas especializadas como a inglesa Liv-ex, considerada a bolsa de valores de vinhos finos, é possível incluir o ativo na carteira por meio de fundos. Entre as características do produto está a descorrelação com a Bolsa de Valores, o que contribui para a gestão de riscos.
Em 2021, o mercado de vinhos finos, medido pelo índice Liv-ex Fine Wine 100, cresceu 19,94%. A performance ficou acima do ouro, por exemplo, que caiu 6,37% no mesmo período. A rentabilidade também foi maior do que o FTSE 100, principal índice de Londres, que saltou 8,3% no ano passado.
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A taxa de crescimento desse mercado ultrapassou ainda o Dow Jones, que subiu 14,5%. Os números são do Relatório do Mercado de Vinhos Finos em 2021 [The Fine Wine Market], produzido pela Liv-ex.
Conforme apontado no relatório, o fim das tarifas dos Estados Unidos sobre as importações de vinho europeu, suspenso em março e formalmente abolido em junho, reanimou os compradores norte-americanos para reabastecer seus suprimentos de Bordeaux e Borgonha, fornecendo a ambas as regiões uma demanda que lhes foi amplamente negada em 2020.
O relatório ainda destaca o crescimento do mercado em números. Em 2021, o número de produtores negociando no mercado secundário foi 7,6% maior que em 2020. Enquanto o número de vinhos negociados chegou a 10,5% a mais que em 2020 e quase sete vezes maior que há uma década.
Como investir em vinhos finos
Com cota a partir de R$ 5 mil, os brasileiros podem entrar no modelo de crowdfunding gerenciado pela OenoGroup, administradora e gerenciadora britânica de portfólio de vinhos finos. A expectativa é que o retorno anual do fundo chegue a 19%, segundo a gestora. A negociação é feita em parceria com a plataforma Bloxs, focada em investimentos alternativos.
“O objetivo da ação é dar acesso ao brasileiro a um investimento que ofereça diversificação em dólar e em um ativo de baixo risco, que normalmente é apreciado por investidores private ou profissionais com um aporte de investimento significativamente alto, em torno de $500 mil na média”, afirma Victor Hugo Cotoski, executivo sênior da Oeno.
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De acordo com Cotoski, além de serem considerados “passion investments”, esses ativos possuem uma escassez variável relacionada com a oferta e demanda, o que tende a valorizar no longo prazo, gerados os esperados lucros.
Os valores aportados no crowdfunding serão utilizados para aquisição do portfólio de vinhos selecionados por Justin Knock, responsável pelo departamento de vinhos da OenoFuture em Londres.
Como funciona o crowdfunding de vinhos
Após a compra das cotas, os recursos aportados serão utilizados para adquirir o portfólio selecionado pelo mestre de vinhos. Em seguida, as garrafas serão adquiridas e armazenadas no London City Bond. A gestora, então, avalia os melhores momentos para as vendas, feita sobretudo para cassinos, hotéis e restaurantes. Estima-se que o tempo para a venda seja em, aproximadamente, cinco anos. A Oeno cobra uma taxa de performance a partir do lucro dos investidores.
No portfólio estão rótulos das regiões de Bordeaux, Borgonha e Champagne, da França. Além de vinhos da região de Toscana, na Itália, e garrafas de Napa Valley, na Califórnia (EUA) e Ribera del Duero, na Espanha. Ao todo, o portfólio é calculado em € 1,5 milhão.
Para conhecer mais sobre o mercado enológico
Na sexta-feira (18), a plataforma de streaming com conteúdo de investimentos Monett lança o documentário “Unconventional. Vinhos, da uva ao dinheiro”.
Na produção, especialistas e apaixonados comentam sobre o histórico da alocação de capital do patrimônio em vinícolas.
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A atratividade de rótulos consolidados e premiados chamam atenção por ser resiliente à volatilidade enfrentada por ativos do mercado de capitais.