- A linha de crédito integra um pacote de medidas para alavancar a retomada do emprego e da economia do País
- Para as pessoas físicas, o empréstimo de R$ 1 mil deve ser pago em até 24 meses com uma taxa de juros mensal de 1,95%
- Para especialistas, antes de optar pela tomada de crédito, os consumidores precisam avaliar o objetivo para com o dinheiro, para não correr o risco de se endividar com o pagamento das parcelas e dos juros
A partir desta segunda-feira (28), quem está com o nome sujo vai poder solicitar empréstimo de R$ 1 mil na Caixa Econômica Federal. É a primeira vez que o banco público faz a liberação de crédito para pessoas negativadas. A seguir, entenda melhor o crédito e se vale a pena.
Entendendo a disponibilização do empréstimo
O microcrédito faz parte do Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores (SIM Digital), que também vai disponibilizar empréstimos de até R$ 3 mil para quem for MEI (Microempreendedor Individual).
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Essa linha de crédito integra um pacote de medidas lançadas pelo Governo Federal para alavancar a retomada do emprego e da economia do país. A expectativa é que a Caixa libere, ao todo, cerca de R$ 3 bilhões em empréstimos.
Para as pessoas físicas, o empréstimo de R$ 1 mil deve ser pago em até 24 meses com uma taxa de juros mensal de 1,95%. A contratação pode ser feita diretamente no aplicativo da Caixa.
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Quem for MEI, por enquanto, precisa ir até uma agência da Caixa para solicitar o crédito de R$ 3 mil, a liberação via aplicativo deve ser disponibilizada em dois meses. O pagamento também é em até 24 meses, mas a taxa de juros é de 1,99% ao mês. O empréstimo só é liberado para aqueles microempreendedores que tiveram ao menos 12 meses de faturamento como MEI.
Vale a pena pegar o empréstimo na Caixa?
O E-investidor conversou com especialistas sobre o assunto para te ajudar a entender se vale a pena ou não solicitar um empréstimo estando com o nome sujo. A primeira dica é que, antes de optar pelo crédito, os consumidores precisam avaliar o objetivo para o uso do dinheiro, sem correr o risco de se endividar ainda mais com o pagamento das parcelas e dos juros.
Leticia Camargo, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), orienta que as pessoas físicas não devem tomar o empréstimo apenas porque ele está disponível, principalmente quem já está com o nome sujo.
“É preciso prestar atenção, porque tomar esse novo empréstimo e continuar se endividando não resolve a situação. É preciso se organizar financeiramente para não gastar mais do que ganha e não voltar a se endividar mais”, diz a especialista em finanças.
Mas, para a planejadora, a linha de crédito pode ser uma alternativa para o inadimplente voltar para o azul, desde que as taxas de juros cobradas nas parcelas do empréstimo da Caixa sejam menores do que as cobradas pela dívida ativa. “A pessoa pode pegar esse dinheiro e pagar uma dívida que cobre juros mais altos. Nesse caso, valeria a pena”, afirma.
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Já para Graziela Fortunato, especialista em finanças pessoais e professora do IAG PUC-Rio, a linha de crédito oferecida aos negativados pode ser uma chance de “colocar a vida financeira em ordem novamente”. Mas, reforça, “é uma atitude que precisa ser muito bem pensada”.
“O empréstimo tem que ser usado com muito cuidado e como uma última alternativa, porque é um aluguel do dinheiro e você irá pagar muito por isso, principalmente nessa época de taxa de juros altas. De fato, é uma alternativa para quem está passando por uma dificuldade financeira agora. O governo sabe que a situação está complicada, porém é preciso cautela”, diz.
Por fim, para quem é MEI, o crédito pode ser uma oportunidade para investir na ampliação dos negócios. “Vai poder comprar uma máquina nova, que vai gerar X de renda, o que vai permitir pagar as mensalidades do empréstimo. Depois que acabar, a pessoa continua com a máquina e com aquele lucro a mais. Pode ser uma ótima oportunidade para crescer”, avalia Camargo.