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Comportamento

Como funciona o parcelamento no cartão de crédito e no PIX parcelado?

Apesar da facilidade na aquisição do crédito, valor final tende aumentar com as taxas

Como funciona o parcelamento no cartão de crédito e no PIX parcelado?
Pix Garantido deve ser lançado no segundo semestre de 2022 pelo BC. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
  • Se o Pix se solidificou como um caminho para os pagamentos à vista sem a necessidade de um cartão de débito, agora uma nova função tenta oferecer uma alternativa também aos cartões de crédito. Trata-se do Pix parcelado – ou Pix Garantido, como a função foi nomeada pelo Banco Central
  • Enquanto o pagamento à vista via Pix entrou forte na briga com o TED e o DOC, a concorrência com o parcelamento das compras do cartão de crédito vai ser um pouco mais acirrada, já que sobre ambos incidem as taxas de juros

É importante que os consumidores conheçam os detalhes sobre o funcionamento para ser capaz de escolher qual a melhor opção para fazer compras parceladas.

Afinal, existem outras alternativas ao cartão de crédito disponíveis no mercado para quem precisa fazer parcelamentos. Saiba mais sobre isso.

Como fazer compras parceladas sem usar cartão de crédito?

Se o Pix se solidificou como um caminho para os pagamentos à vista, agora uma nova função permite o parcelamento sem cartão de crédito. Trata-se do Pix parcelado – ou Pix Garantido, como a função foi nomeada pelo Banco Central.

Por exemplo, o Santander possibilita que seus clientes dividam as compras pelo Pix, com a funcionalidade “Divide o Pix”. Na hora de efetivar a compra, é necessário ter o valor disponível em conta ou um crédito no valor da transferência, determinando a data de vencimento e o número de parcelas, que pode ser dividida em até 24 vezes.

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Para solicitar o parcelamento via Pix, a compra precisa custar ao menos R$ 100; enquanto o valor mínimo da parcela é de R$ 5. No Divide o Pix, além de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), são cobrados juros de 2,09% ao mês e os clientes têm até 59 dias para começar a pagar as parcelas.

A plataforma de pagamentos do Mercado Livre, também já começou a disponibilizar essa opção.

No Mercado Pago, a divisão dos valores com o “QR Pix” pode ser feita pelos clientes que têm a linha de empréstimo pessoal disponível. Nesses casos, é possível parcelar o Pix em até 12x, com a incidência de juros de 2,5% ao mês e IOF.

Parcelamento no cartão de crédito e PIX parcelado: qual a diferença?

A diferença é que o Pix parcelado funciona nos moldes da modalidade de crédito pessoal – uma opção de empréstimo para pessoas físicas oferecida por bancos e instituições financeiras, explica Carlos Castro, planejador financeiro CPF da Associação Brasileiro de Planejadores Financeiros (Planejar).

Em vista disso, não é preciso comunicar o uso do valor solicitado, apenas negociar o número de parcelas e as taxas de juros, que costumam ser pré-fixadas.

Nesse sentido, é válido dizer que as taxas costumam ser menores do que aquelas que incidem no parcelamento no cartão de crédito.

Como funciona o parcelamento no cartão de crédito? É vantajoso?

Quando for possível parcelar sem juros, o cartão de crédito ainda vale a pena. Mas, segundo Castro, para quem precisa recorrer ao parcelamento das faturas ou ao crédito rotativo, o Pix parcelado pode ser uma alternativa para pagar juros menores.

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“O parcelamento no cartão de crédito, quando não se paga a fatura inteira, paga o mínimo, vai parcelando o restante e incide o maior juros que temos hoje”, diz Castro.

Para Fabrizio Gueratto, especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças e colunista do E-Investidor, não há dúvida: podendo evitar o cartão de crédito, evite.

“O grande vilão do endividamento do Brasil é o cartão de crédito. E não por acaso eles têm as maiores taxas de juros, variando entre 10% ou 15% ao mês. Não tem nada pior do que o cartão de crédito, então tudo que vem depois é no mínimo menos pior. E o Pix parcelado entra justamente nesse lugar”.

Por que o PIX parcelado é uma melhor opção para parcelar compras?

O ideal é fugir dos parcelamentos, mas, precisando, o Pix parcelado é uma opção melhor do que o parcelamento no cartão de crédito, já que possui taxas de juros menores. Isso porque as transações via Pix eliminam os intermediários, como as bandeiras dos cartões, o que reduz o custo das operações, explica Gueratto.

Carlos Netto, CEO da Matera, afirma que a nova funcionalidade do Pix está sendo desenhada para ser mais vantajosa que os cartões. “Quem tem cartão e puder comprar um produto por 10 parcelas de R$ 100 não vai querer pagar 10 parcelas de R$ 105 no Pix parcelado.

Se o mercado lançar um produto que gere parcelas mais caras, isso vai servir apenas para o usuário que não tem cartão de crédito. Mas há chance do Pix parcelado gerar parcelas com o mesmo valor das de um cartão de crédito e ainda gerar mais benefícios para o pagador, como mais milhas, por exemplo”, afirma.

O que você precisa avaliar antes de parcelar as compras no cartão de crédito ou PIX?

“O consumidor deve ficar atento aos juros,  já que a taxa Selic, que influencia o custo do crédito está alta. Então é preciso sempre tomar cuidado, só parcelar se não tiver outra opção e evitar utilizar crédito para financiar o consumo”, alerta Carlos Castro, da Planejar.

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Apesar da facilidade na aquisição do crédito, é preciso ponderar se fazer a compra parcelada é a melhor opção, já que, com as taxas cobradas, o valor final pago pelo consumidor tende a aumentar.

Carlos Netto, da Matera, acrescenta que é preciso avaliar se o pagamento das parcelas não vai comprometer sua saúde financeira, independentemente da forma de pagamento.

Depois, é preciso calcular qual das opções de parcelamento – o cartão de crédito ou o Pix parcelado – vai gerar o menor valor a partir da soma das parcelas.

“Porém, o consumidor não pode escolher entre cartão ou Pix só olhando a taxa de juros. Mesmo que o Pix parcelado tenha algum juro, o fato de o lojista receber à vista pode gerar um desconto que compensa o custo financeiro. No final das contas, o que interessa é a soma do valor das parcelas que o consumidor vai pagar”, afirma.

Graziela Fortunato, especialista em finanças pessoais e coordenadora do MBA em Finanças Corporativas na PUC-Rio, reforça ainda que o consumidor fique atento ao seu saldo bancário nas datas programadas para as parcelas.

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“Se não tiver saldo, o valor será debitado mesmo assim, submetido a uma taxa de juros do banco que realizou o pagamento. E essas taxas não estão definidas e claras para todos”, alerta.

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