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- Os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, do Credit Suisse, apontam que, em uma reportagem recente, Pires se opôs a qualquer interferência direta nos preços da refinaria da Petrobras como solução para os problemas de preços de combustível no Brasil
Mesmo com a demissão de Joaquim Silva e Luna como presidente da Petrobras e sua substituição por Adriano Pires, grandes bancos não esperam mudanças significativas na política de preços da empresa ou na estratégia geral da companhia.
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Os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, do Credit Suisse, apontam que, em uma reportagem recente, Pires se opôs a qualquer interferência direta nos preços da refinaria da Petrobras como solução para os problemas de preços de combustível no Brasil. “Ao contrário, ele propõe outras soluções, como um fundo de estabilização de combustíveis ou subsídios temporários para mitigar a volatilidade dos preços no curto prazo”, concluem.
O Credit Suisse tem recomendação outperform (equivalente a compra) para o ADR da Petrobras, com preço-alvo de R$ 17 e potencial de alta de 19,9% ante o fechamento de ontem.
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O Itaú BBA também não espera que ocorram alterações significativas na política de preços de combustível da empresa. Ainda assim, o banco diz que vê a notícia como negativa, “porque a Petrobras pode continuar enfrentando desafios recorrentes para garantir a convergência de preços para a paridade internacional”.
Em relatório, os analistas Leonardo Marcondes e Monique Greco reforçam que Pires é um renomado consultor do setor e tem apoiado uma solução mais estrutural para a complexa equação dos preços dos combustíveis que concilia os interesses dos acionistas da Petrobras com os consumidores brasileiros, criando um mecanismo de estabilização a ser financiado pelos royalties do petróleo e gás.
“No curto prazo, esperamos que os investidores se concentrem na política de preços de combustíveis da empresa e em possíveis mudanças na diretoria. Ressalta-se que a manutenção da paridade internacional não é apenas um componente essencial para garantir a sustentabilidade do abastecimento brasileiro de combustíveis, mas também ajuda a Petrobras a atingir sua meta de desinvestir parte significativa de sua capacidade de refino”, destacam em relatório.
Na visão do Itaú BBA, a alocação ineficiente de capital pode voltar a ser o calcanhar de Aquiles da empresa e deve ser a principal preocupação dos investidores. “Neste ponto, acreditamos que o principal risco da Petrobras é a manutenção de seu plano de negócios e, consequentemente, de sua estratégia de alocação de capital”, apontam.
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Sobre a substituição de Silva e Luna, o banco lembra que os preços dos combustíveis no Brasil têm sido um tema quente de discussão recentemente. Há aproximadamente duas semanas, após a alta dos preços internacionais do petróleo, a Petrobras elevou o preço do diesel e da gasolina em 24,9% e 18,7%, respectivamente, o que levou ao aumento do fluxo de notícias sobre a política de preços de combustíveis da empresa.
O BBA tem recomendação outperform (equivalente a compra) para a ação PN da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38, implicando em potencial de alta de 20,3% ante o fechamento de ontem.
Em relatório, o Citi afirmou acreditar que que Pires está alinhado com uma política de precificação de combustíveis seguindo uma paridade internacional e uma alocação racional de capital, pontuam os analistas Gabriel Barra, Joaquim Alves Atie e Andrés Cardona, que assinam o relatório do Citi.
Além da mudança na direção da estatal, Rodolfo Landim foi nomeado presidente do Conselho de Administração. Ambos os nomes indicados ainda devem ser aprovados na assembleia geral da companhia prevista para 13 de abril.
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