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Dólar abaixo de R$4,70 com dados dos EUA, em rota de queda semanal

Com esse desempenho, o dólar ficava a caminho de cair cerca de 1% em relação ao fechamento da última sexta

Dólar abaixo de R$4,70 com dados dos EUA, em rota de queda semanal
(Fonte: Shutterstock)

O dólar caía abaixo de 4,70 reais nesta sexta-feira, a caminho de nova desvalorização semanal frente ao real com a manutenção de fluxos para Brasil, enquanto investidores digeriam dados de emprego norte-americanos abaixo do esperado, embora ainda fortes.

Às 9:54 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,34%, a 4,6992 reais na venda.

Na B3, às 9:54 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,99%, a 4,7345 reais.

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Com esse desempenho, o dólar ficava a caminho de cair cerca de 1% em relação ao fechamento da última sexta-feira, de 4,7469 reais, o que marcaria sua quinta baixa semanal seguida.

Na véspera, a moeda à vista fechou em 4,7628 reais, o que marcou queda de 14,55% no acumulado do primeiro trimestre. Isso, por sua vez, representou a baixa trimestral mais intensa desde o período de abril a junho de 2009 (-15,81%).

Investidores têm apontado um fluxo constante de recursos estrangeiros para o Brasil como o responsável pela desvalorização do dólar no ano. A disparada das commodities desde o início da guerra na Ucrânia tem favorecido o país, bem como outras nações exportadoras desse tipo de produto, enquanto patamar elevado da Selic serve como impulso adicional para o real.

Juros mais altos por aqui tendem a atrair investimentos de agentes financeiros que buscam retornos elevados na renda fixa. Enquanto, no Brasil, a Selic está em 11,75% ao ano, os custos dos empréstimos em muitas economias desenvolvidas estão em patamares próximos de zero ou até mesmo em terreno negativo.

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“O fluxo continua a imperar no cenário local, mantendo a perspectiva, ao menos no curto prazo, de manutenção da valorização do real frente ao dólar”, disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

A baixa do dólar no mercado doméstico vinha na contramão da leve alta de seu índice no exterior nesta manhã. Investidores de todo o mundo digeriam nesta sexta-feira dados norte-americanos que mostraram criação sólida de empregos em março, ainda que a leitura tenha vindo um pouco abaixo das expectativas.

O relatório de emprego do Departamento do Trabalho mostrou abertura de 431 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura de 490 mil, com as estimativas variando de 200 mil a 700 mil.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, disse que o dado abaixo do esperado retira um pouco da pressão sobre o banco central norte-americano, o Federal Reserve, para que endureça sua postura de política monetária. Os mercados vinham elevando suas apostas numa alta de 0,5 ponto percentual nos juros pelo Fed em sua reunião de maio, à medida que a inflação continua acelerando nos Estados Unidos.

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Em março, o banco elevou os custos dos empréstimos pela primeira vez desde 2018, em 0,25 ponto.

“O dólar reagiu imediatamente para baixo (frente ao real), mostrando que o mercado deve reajustar suas expectativas” para a condução do aperto na maior economia do mundo, disse Argenta, destacando que os mercados se mostravam preocupados com eventual recessão nos Estados Unidos devido à recente postura mais dura do Fed no combate à inflação.

Na esteira do relatório, uma parte importante da curva de juros norte-americana, que mede a diferença entre as taxas dos títulos de dois e dez anos, voltou a se inverter brevemente, fenômeno que foi visto no início da semana pela primeira vez desde 2019. Isso, segundo alguns analistas, pode ser o prenúncio de uma contração econômica.

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