O contrato mais líquido do ouro fechou em alta hoje, em sessão na qual investidores buscaram o metal como um seguro contra a inflação. As perspectivas para novos aumentos de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que impulsiona os rendimentos dos Treasuries, seguem pesando sobre a commodity, o que levou o ouro a fechar em queda pela terceira semana consecutiva. No entanto, há avaliação entre especialistas de que a alta nos preços ainda supera o aperto buscado pelo banco central.
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O ouro para junho encerrou a sessão com alta de 0,38%, a US$ 1.882,80 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, houve recuo de 1,51%.
O presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que “aumentos de 50 pontos-base devem estar na mesa nas próximas reuniões”, mas esse ritmo de alta não é forte o suficiente para pressionar significativamente o ouro, afirma Adrian Day, CEO da Adrian Day Asset Management. Em sua coletiva de imprensa, Powell descartou a opção de aumentos de 75 pontos-base no curto prazo. “As projeções mais agressivas das ações do Fed nos próximos 12 meses levarão os juros a cerca de 3,4%. A inflação está em 8,5%, o que é mais negativo em termos reais do que estávamos em 1975-76, no início da grande inflação da década de 1970”, diz Day.
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No entanto, o metal recuou na semana, e o Commerzbank vê os rendimentos dos Treasuries como o principal fator que pesa sobre seu preço: em seu pico, os juros de dez anos subiram acentuadamente para 3,11% ontem, seu nível mais alto em 3 anos e meio. “Como as expectativas de inflação baseadas no mercado não mudaram, as taxas de juros reais também aumentaram visivelmente. Isso tornou o ouro menos atraente como investimento alternativo”, avalia o banco alemão.
Sobre o payroll divulgado hoje, o Commerzbank minimiza o impacto, e avalia que os dados provavelmente só teriam algum impacto perceptível no preço do ouro caso se desviassem significativamente das expectativas.