O dólar abandonou perdas de mais cedo e passava a avançar com força frente ao real, acompanhando disparada da divisa norte-americana no exterior após a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos que apontaram atividade robusta da indústria em maio.
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Às 12:02 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,92%, a 4,7980 reais na venda, e bateu 4,8015 reais no pico da sessão, bem longe da mínima de 4,7227 reais, queda de 0,66%, atingida pela manhã.
Na B3, às 12:02 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,37%, a 4,8385 reais.
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A moeda norte-americana também passou a subir contra algumas divisas arriscadas pares do real, como dólar australiano (+0,1%), peso chileno (+0,3%) e peso mexicano (+0,4%), que mais cedo haviam registrado ganhos.
A recuperação do dólar contra divisas de países emergentes ou sensíveis às commodities acompanhou a aceleração dos ganhos de seu índice frente a uma cesta de rivais de países ricos, que saltava 0,7% por volta de 11h30 (de Brasília).
Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters que o movimento acompanhou salto nos rendimentos dos títulos soberanos dos Estados Unidos, que abandonaram perdas iniciais e passaram a subir no dia após a divulgação de indicadores econômicos norte-americanos. Às 11h40 (de Brasília), a taxa do Treasury de dez anos subia a 2,9259%, contra 2,844% no pregão anterior.
Dados mostraram que os gastos com construção nos EUA subiram menos do que o esperado em abril, enquanto o PMI final da indústria dos Estados Unidos também ficou aquém das expectativas.
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Mas participantes do mercado davam destaque a um relatório do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) que mostrou que a atividade manufatureira dos Estados Unidos superou expectativas e se recuperou em maio, o que poderia diminuir temores de uma recessão iminente na maior economia do mundo e permitir maior agressividade do Federal Reserve em seu atual ciclo de aperto monetário.
Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a beneficiar o dólar, já que elevam a atratividade da dívida norte-americana, considerada a mais segura do mundo.
O diretor do Federal Reserve Christopher Waller disse no início desta semana que o banco central deve adotar aumentos de juros de 0,5 ponto percentual em todas as próximas reuniões de política monetária até que haja sinais convincentes de esfriamento dos preços, o que também foi apontado por participantes do mercado como fator de apoio para os rendimentos dos Treasuries nos últimos dias.
“As condições atuais apontam para um ambiente desafiador para a América Latina”, disse o Citi em relatório divulgado na noite de terça-feira. “Ciclos de alta de juros nos EUA normalmente estão associados a menor crescimento na América Latina, depreciação cambial e maiores probabilidades de crises.”
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A moeda norte-americana spot fechou a última sessão com variação positiva de 0,02%, a 4,7542 reais, mas recuou 3,83% contra o real em maio –maior queda desde março (-7,63%) e a mais forte para o mês desde 2009 (-10,26%). O resultado compensou os ganhos registrados em abril e deixou o dólar praticamente estável no acumulado do segundo trimestre.
Até agora no ano, a divisa ainda perde 14% contra o real.