O dólar fechou em declínio moderado nesta quinta-feira e voltou a ficar abaixo de 4,80 reais, em dia de vaivém influenciado pelos movimentos de ativos no exterior e por ruídos domésticos.
A moeda negociada no mercado à vista caiu 0,42%, a 4,7862 reais na venda. Ao longo da jornada, variou de 4,81 reais (+0,07%) a 4,7716 reais (-0,73%).
O alívio até recolocou a cotação abaixo da linha psicológica dos 4,80 reais, mas não chegou nem perto de anular a forte alta de 1,10% da véspera –a mais intensa em mais de três semanas e que deixou a moeda brasileira na terceira pior posição entre pares do dólar na sessão.
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Mesmo subindo mais contra o real na quarta, o dólar evitou quedas maiores nesta sessão. O noticiário doméstico apontando renovadas pressões por aumentos de gastos em ano eleitoral adicionou cautela às operações, em meio a renovados debates sobre estabelecimento de novo decreto de calamidade pública meses antes das eleições –o que desobrigaria o governo de cumprir metas fiscais, por exemplo.
“Há setores dentro do governo que defendem tal medida. Mas, até o momento, as discussões em torno dessa possibilidade não são conclusivas”, disse a corretora Renascença em comentário.
Enquanto isso, os números do PIB do primeiro trimestre, embora benignos, não afastaram cenários de recessão na segunda metade do ano nem de desempenho parco da atividade em 2023.
De toda forma, o panorama para o mercado de câmbio segue muito ligado à dinâmica externa, e na sexta-feira o sangue-frio de investidores passará por novo teste, já que os EUA divulgarão dados gerais de emprego referentes a maio. Números acima do esperado poderiam fortalecer apostas de que o banco central norte-americano terá de subir os juros de forma acelerada, perspectiva que embasou a liquidação de ativos de risco –entre os quais o real– desde abril.
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E essa é a perspectiva traçada pelo Santander Brasil, que vê o real afetado ainda por “uma certa ansiedade pré-eleitoral”.
“O real registrou forte volatilidade recentemente e avaliamos que esta aumentará no segundo semestre de 2022”, disseram Ana Paula Vescovi e a equipe de macroeconomia do Santander Brasil em relatório de revisão de cenário.
“Mais à frente, avaliamos que um avanço mais lento de reformas estruturais no Brasil a partir de 2023 deverá implicar na manutenção de algum prêmio de risco nos ativos brasileiros, particularmente na taxa de câmbio”, acrescentaram.
O Santander elevou a 5,15 reais a projeção para o dólar ao fim de 2022, de 5,00 reais do prognóstico anterior –ganho nominal de 7,60% comparado ao fechamento desta quinta. Para o encerramento de 2023, a estimativa foi aumentada a 5,00 reais, de 4,80 reais.
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