À espera da decisão de política monetária do Federal Reserve, que será conhecida as 15h, os investidores globais realizaram ajustes positivos em suas posições de risco durante a primeira parte da sessão desta quarta-feira. Como resultado, as principais bolsas da Europa encerram o dia em alta, interrompendo uma sequência negativa que perdurava desde a última semana (seis pregões consecutivos), enquanto os índices futuros de Nova York subiam ao redor de 1%.
Com um possível aperto de 75 pontos-base na política na taxa básica norte-americana já esperado, o mercado parece incorporar nos preços uma ampla gama de riscos e agora focará na coletiva de imprensa (15h30) do presidente da instituição, Jerome Powell, para os ajustes adicionais – para cima, ou para baixo, à depender da mensagem apresentada. A reunião extraordinária do Banco Central Europeu (BCE), objetivando a redução de riscos na zona do euro, somada aos indicadores melhores que o esperado na China também influenciaram de forma positiva os negócios mais cedo.
No Brasil, estimulado pelo ambiente externo, o Ibovespa tenta encerrar uma sequência de oito sessões em queda (a mais longa desde maio de 2012), operando em alta de aproximadamente 040% às 13h55, aos 102.504 pontos, enquanto o dólar operava em baixa de 0,50%, aos R$ 5,10. Diferentemente dos Estados Unidos, por aqui o mercado só poderá avaliar a decisão do Copom após o término dos negócios e, mesmo que as expectativas apontem amplamente para uma Selic a 13,25% ao ano (ou seja, um aumento de 0,50 pp hoje), a possibilidade de que a porta ainda fique aberta para o próximo encontro do colegiado impede a maior tomada de risco por parte dos investidores.
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Na frente corporativa, as ações da Natura (NTCO3) lideravam as altas dentro do Ibovespa, depois que a empresa anunciou que vai realizar uma reestruturação organizacional, dando maior autonomia às quatro unidades de negócios, nomeando como parte dessa iniciativa, Fabio Barbosa para o cargo de CEO – um profissional de formação financeira, com passagens pelo Santander Brasil e Febraban.
Como essa mudança não era esperada, e considerando muitos dos problemas que a empresa teve após a aquisição da Avon, aparentemente a Natura tentará manter um controle mais rígido de metas, orientação, margens etc. – uma das dificuldades que o mercado teve com a empresa no último ano, já que a percepção entre muitos investidores institucionais é de descontrole em torno dos números (por exemplo, a Natura revisou seu guidance duas vezes para baixo e o mercado ainda não tem certeza se essas metas serão cumpridas).
Outras empresas ligadas ao consumo e ao setor de tecnologia, como CVC, Inter, GOL e Petz também figuravam entre as maiores altas do dia, refletindo essa melhora no ambiente internacional e alguma estabilização nos juros futuros. Entre as maiores baixas, as empresas de commodities figuravam como destaques, em dia de recuo nos preços internacionais do petróleo e do minério de ferro.