Pravaler acaba de emitir R$ 60 milhões em debêntures que ganharam representações digitais na forma de tokens. (Foto: Envato Elements)
Por Matheus Piovesana – O Pravaler acaba de emitir R$ 60 milhões em debêntures que ganharam representações digitais na forma de tokens, ou seja, foram tokenizadas. A emissão foi coordenada pela Vórtx QR Tokenizadora, e os papéis saíram com remuneração de CDI mais 3% ao ano. Os recursos serão utilizados pela empresa para investir em tecnologia.
Foi a primeira emissão de uma debênture tokenizada no País no setor de educação, de acordo com as empresas. São 60 mil tokens, cada um representando um papel. A oferta foi com esforços restritos (a chamada oferta 476). Os recursos obtidos com a debênture serão aplicados em tecnologia e na conquista de novas frentes, como as áreas de intercâmbio e de educação básica.
O Pravaler é conhecido pelo programa de financiamento estudantil, hoje com cerca de R$ 1,2 bilhão em operações realizadas através da estruturação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Novas verticais têm sido exploradas, como um marketplace de educação, agregado com a compra da edtech Amigo Edu, realizada no ano passado.
“O crescimento vem acelerando muito em 2022. Vamos investir muito em tecnologia, em evolução de jornada”, disse ao Broadcast o CFO do Pravaler, Haroldo Carvalho. “Estamos testando novos mercados, como o de educação de curta duração, e o de educação básica.”
A emissão do Pravaler é uma das três que a Vórtx já realizou. Participante do sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa tem mais duas operações no forno, uma de uma debênture que será “plugada” em um banco digital, e outra, de um fundo de fundos, que comprará cotas de fundos listados na B3. A CVM concedeu à Vórtx 12 autorizações.
O mercado está de olho no potencial dos tokens. Na semana passada, o Itaú anunciou a criação de uma tokenizadora própria, que até o final do ano deve criar representações digitais de ativos reais que serão vendidas nos canais do banco. O escopo dos dois projetos é diferente, mas em comum, a ideia é utilizar os tokens para democratizar o investimento em determinados ativos e, principalmente, para baratear captações.
“A ideia é criar um novo universo de captação para o mercado de capitais, e optamos por abrir o mercado para ativos que não têm liquidez. Debênture e cota de fundo fechado geralmente não têm liquidez”, afirmou o CEO da Vórtx, Juliano Cornacchia. A perspectiva de uma liquidez maior ajuda, de acordo com ele, a reduzir o prêmio que os investidores pedem pelo papel, barateando a captação para o emissor.