Integrante do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Ignazio Visco afirmou, nesta segunda-feira, que a instituição apertará a política monetária de maneira gradual, mas que isso não significa que o processo será lento.
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Em entrevista à Bloomberg TV, o dirigente evitou se comprometer com uma previsão para o próximo encontro e explicou que as decisões serão tomadas a cada reunião.
Visco, que é presidente do Banco da Itália, informou que a decisão por subir juros em 50 pontos-base, na semana passada, não foi difícil. Segundo ele, o ajuste foi justificado pela persistente escalada da inflação na zona do euro, diante da persistência da guerra na Ucrânia.
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O dirigente acrescentou que a região não enfrenta um quadro de pressão de demanda, como ocorre em outras economias, e que o aumento das taxas básicas deve se contrapor aos riscos.
Visco ressaltou ainda que o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI, na sigla em inglês), criado para conter as divergências nos custos de empréstimos dos países, visa ajudar o BCE a evitar movimentos “desordenados” nos mercados financeiros.
De acordo com ele, o programa se faz necessário pelo fato de o bloco não ser uma união bancária e fiscal completa. “O BCE terá autonomia para decidir quando intervir”, garantiu.
No entendimento de Visco, o spread atual entre os juros dos títulos soberanos de Itália e Alemanha está em um nível muito mais alto que o justificado pelos fundamentos econômicos. “Isso ainda é algo que tem a ver com a incerteza que o mercado enxerga em relação às políticas”, explicou. “O mais importante para a Itália é manter a habilidade de retornar a uma taxa de crescimento maior do que a que temos registrado nos últimos 15 anos”, enfatizou.
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