O Ibovespa passa por instabilidade, mas tem desempenho de menos deterioração do que as bolsas americanas, dada a elevação de ações de commodities. Após alta, os mercados de ações dos Estados Unidos migraram para o negativo, com investidores avaliando o recuo inesperado do PIB do país no segundo trimestre.
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“De certa maneira, o mercado ficou um pouco mais aliviado com a alta de 0,75 ponto do juro americano, em linha com o esperado, ontem, e com sinais do Fed de que não irá precisar mais ajustar tanto as taxas”, avalia André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos. Ontem, as bolsas americans tiveram ganhos firmes e hoje realizam lucros na esteira do PIB e de alguns balanços.
“É natural alguns repiques. Há ‘n’ variáveis, e o mercado está muito sensível. A volatilidade deve se manter pelo menos nos próximos 30, 45 dias”, estima Luzbel. Às 11h04, o Ibovespa cedia 0,02%, aos 101.413,16 pontos, ante mínima diária aos 101.266,79 pontos (-0,17%) e máxima aos 102.214,84 pontos (alta de 0,77%). Petrobras subia 0,70% (PN) e 0,35%) e Vale, 0,43%, ambas divulgam balanços após o fechamento da B3.
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Para Jayme Carvalho, economista e planejador financeiro pela Planejar, o índice Bovespa está frágil, oscilando muito na ‘ciranda’ externa. “Acho difícil descolar”. Apesar do resultado pior do que o esperado do PIB americano anualizado, pondera que ainda é cedo para tirar qualquer conclusão a respeito do dado. “A primeira figura é ruim. Aparentemente, estamos em um dia com indicadores piores do que os vistos ontem. Porém, é preciso aguardar”, diz.
Na visão de Carvalho, o Fed sugere preferir não optar por uma recessão. “Em última instância, indica juros menores”, afirma. A probabilidade de um aumento de 50 pontos-base (pb) na taxa Fed Funds pelo Federal Reserve (Fed) em setembro subiu a 80%, de acordo com monitoramento do CME Group.
Internamente, sairão balanços das duas principais estrela do Ibovespa – Vale e Petrobras -, só que depois do fechamento da B3. Antes, tem Caged, com indicação de desaceleração nas vagas criadas para 234 mil postos em junho (de 277.018 vagas em maio), e Governo Central. Lá, fora, além do PIB americano, saiu uma série de balanços e, após o encerramento dos mercados, sairão os resultados trimestrais de gig techs, como Apple, Amazon e Intel. Ontem, depois que Nova York havia fechado, foi informado o balanço da Meta Platforms (Facebook), que divulgou balanço pior do que o esperado.
Contudo, a forte valorização de commodities como o petróleo e o minério de ferro atenuam o vês negativo do Ibovespa, bem como alguns balanços já informados. Neste sentido, a promessa da China em perseguir os melhores resultados possíveis para a economia do país e de que o BC chinês busca resgate de US$ 148 bilhões para projetos imobiliários também podem ser gatilho para alta. Além disso, o alívio no IGP-M em julho, para 0,21% (de 0,59%), fica no foco das atenções.
Eventual alívio do indicador em ações ligadas a consumo tende a ser pontual, dadas as perspectivas de aceleração da inflação em 2023. “Ressaltamos que mantemos nossa percepção de que os preços devem permanecer em patamares estruturalmente elevados devido a oferta global apertada e aos riscos sobre a produção do próximo ciclo, a despeito das correções e de bastante volatilidade na ponta”, avalia a equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual.
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Na avaliação de Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, o bom humor da véspera não de se sustentar, pois o cenário atual segue permeado de incertezas, tanto no palco internacional, quanto doméstico. Aqui no Brasil, destaca o risco fiscal.
Ainda fica no radar dos investidores uma série de resultados trimestrais corporativos do exterior e do Brasil. Por aqui, vale acompanhar os números do Santander Brasil, Suzano, Gol, EDP, GPA, Ambev e Assai.
Às 11h20, o Ibovespa cedia 0,28%, aos 101.154,91 pontos, na mínima diária, ante máxima aos 102.214,84 pontos (alta de 0,77%) e abertura aos 101.436,76 pontos (variação zero). Petrobras subia 0,70% (PN) e 0,21%(ON) e Vale, 0,13%. Ambas divulgam balanços após o fechamento da B3.