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Ibovespa inicia agosto em baixa de 0,91%, a 102.225,08 pontos

Mineração e siderurgia foram afetadas pela contração em julho do PMI oficial da China

Ibovespa inicia agosto em baixa de 0,91%, a 102.225,08 pontos
Sede da B3. (REUTERS/Amanda Perobelli)

(Luís Eduardo Leal, Estadão Conteúdo) – Tendo segurado a linha de seis dígitos em cinco das últimas seis sessões, e vindo de ganhos nas três anteriores à de hoje, o Ibovespa iniciou agosto em baixa de 0,91%, a 102.225,08 pontos, entre mínima de 101.764,38 e máxima de 103.317,48 nesta segunda-feira, acentuando a correção ao longo da tarde. O giro financeiro foi de R$ 23,4 bilhões. No ano, o Ibovespa cede 2,48%.

As perdas se distribuíram por ações e setores de maior peso e liquidez, mas mineração (Vale ON -2,39%) e siderurgia (Usiminas PNA -4,76%, CSN ON -3,94%, Gerdau PN -3,23%) foram especialmente afetadas pela contração em julho do índice de atividade (PMI) oficial da China, a 49,0, ante previsão a 50,3 para o mês. Na zona do euro, o PMI industrial foi a 49,8, também abaixo do limiar (50) que separa expansão de contração, atingindo em julho o menor nível em 25 meses. Por outro lado, o PMI do Instituto para Gestão da Oferta (ISM), nos Estados Unidos, manteve-se positivo, a 52,8 em julho, embora no menor patamar desde junho de 2020.

“Na Alemanha, as vendas no varejo tiveram forte queda, saindo de avanço anual de 1,1% para queda de 8,8% na comparação ano a ano, em junho”, observa em nota a Nova Futura Investimentos. Prevaleceu desde a manhã falta de sinal único nos mercados, com expectativa para novas rodadas de dados econômicos e de balanços ao longo da semana, escreve a Guide Investimentos.

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Neste começo de mês, leituras mais fracas sobre os índices de atividade nas maiores economias funcionaram hoje como um contraponto aos balanços corporativos do segundo trimestre e aos sinais um pouco mais amenos do Federal Reserve sobre os juros americanos, uma combinação que, em geral, vinha animando os investidores e contribuindo para retomada, ainda que moderada, do apetite por risco. Assim, o S&P 500 teve em julho o melhor mês desde novembro de 2020, aponta Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos, com a B3 buscando acompanhar, no “flow gringo”, especialmente nos momentos em que as commodities responderam bem.

Contudo, a combinação de dois trimestres consecutivos de retração para o PIB americano, conforme dados conhecidos na semana passada, contribui agora para que analistas revejam projeções para os resultados adiante, das empresas. Assim, a semana começou de forma negativa também nos mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos, com grau um pouco maior de correção por aqui, em dia de queda acentuada para o petróleo, com o Brent mais uma vez abaixo de US$ 100 por barril, e de baixa moderada para o minério de ferro em Qingdao, na China.

Entre os destaques de baixa na sessão, Petrobras ON e PN cederam respectivamente 1,24% e 1,38%, enquanto as perdas entre os grandes bancos chegaram a 2,23% (Unit do Santander). Na ponta negativa do Ibovespa, Braskem (-5,53%), à frente de SLC Agrícola (-4,99%) e Usiminas (-4,76%). No lado oposto, Magazine Luiza (+5,43%), Locaweb (+5,02%) e BRF (+4,76%).

“O dia começou até de forma favorável no exterior, apesar do PMI mais fraco na China, mas sendo compensado por uma temporada de resultados corporativos melhores, e pelos recentes sinais do Fed de que pode moderar o ritmo de aumento de juros nos próximos meses. A semana reserva aqui a decisão do Copom, e a expectativa é por mais uma alta de 50 pontos-base, o que pode ser positivo para o câmbio, mas há também dados de emprego nos Estados Unidos, que podem contribuir para um tom de cautela ao longo da semana”, diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.

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