A perspectiva de encerramento do ciclo de aumentos de juros favoreceu a demanda por ações no Brasil, o que contribuiu para que o Ibovespa operasse na contramão do exterior. O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta pelo quarto pregão consecutivo, aos 106.472 pontos, com valorização de 0,55% e giro financeiro de R$ 26,1 bilhões. Os ganhos na bolsa brasileira se concentraram principalmente nas ações de commodities.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Porém, o principal destaque da sessão desta sexta-feira (05) foi a divulgação do relatório de empregos nos Estados Unidos, o Payroll. Foram criadas 528 mil novas vagas, bem acima do esperado (250 mil), e os números dos últimos meses foram revisados para cima. A taxa de desemprego chegou ao menor nível em 50 anos ao atingir 3,5% e veio acompanhada de um avanço dos salários.
Se por um lado os dados afastam a ideia de recessão nos Estados Unidos, por outro eles reforçam os temores de inflação e de alta de juros no país. Com isso, o mercado voltou a ajustar as projeções, agora com a maioria das apostas em mais um aumento de 0,75 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), a autoridade monetária norte-americana, em setembro, uma vez que o mercado de trabalho do país continua aquecido.
Nesse cenário, as bolsas na Europa fecharam em sua maioria em baixa e os índices futuros em Nova York não seguiram um viés único.
No mercado de câmbio, a sessão foi de valorização do real contra o dólar em contraposição ao movimento visto ante outras divisas no exterior, onde se manteve forte diante da perspectiva da sequência de alta dos juros nos EUA. A moeda norte-americana no mercado à vista fechou cotada aos R$ 5,17 com queda de 1,03%.
Na agenda econômica da próxima semana, o destaque fica por conta da divulgação de dados de inflação de julho tanto no Brasil (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) quanto nos EUA (índice de preços ao consumidor – CPI, em tradução livre).