- Os países com nota melhor ou igual a BBB- possuem o selo de Grau de Investimento
- Em comparação com países próximos ao Brasil, Chile tem Investment Grade ao passo que Colômbia, México, Peru e Uruguai possuem ratings melhores que o do Brasil
- Note que os países que “ostentam” o Grau Especulativo emitem títulos de dívida pagando muito mais caro e são denominados High Yield, eufemismo criado para disfarçar o high risk da operação
As principais agências de rating do mundo atribuem ao Brasil a nota de crédito BB-. Esta nota nos coloca na “Segunda Divisão” do mundo dos investimentos. Os países da “Primeira Divisão” possuem nota de crédito soberano igual ou melhor que BBB-, conforme pode ser visto na Tabela 1 (abaixo).
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No jargão do mundo das finanças, os países com nota melhor ou igual a BBB- possuem o selo de Grau de Investimento. Antes que alguém pergunte “E daí ter ou não ter o Grau de Investimento”, ter este selo abre muitas portas para o país receber investimentos internacionais de grande monta.
Não ter o selo, porém, fecha estas mesmas portas.
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O Brasil já teve o Grau de Investimento obtido em 2008 e, por conta de suas próprias decisões equivocadas, o perdeu em 2015. Não há menor chance de o Brasil recuperar este selo em um futuro próximo e a discussão deste tema sequer tem aparecido entre os formadores de opinião.
Em comparação com países próximos ao Brasil, o Chile tem Investment Grade ao passo que Colômbia, México, Peru e Uruguai possuem ratings melhores que o do Brasil.
Ratings considerando Grau de Investimento (A “Primeira Divisão” no mundo dos Investimentos)
Moody’s | Standard & Poor’s | Fitch |
Aaa | AAA | AAA |
Aa1 | AA+ | AA+ |
Aa2 | AA | AA |
Aa3 | AA- | AA- |
A1 | A+ | A+ |
A2 | A | A |
A3 | A- | A- |
Baa1 | BBB+ | BBB+ |
Baa2 | BBB | BBB |
Baa3 | BBB- | BBB- |
Ao observar a Tabela 2 (abaixo), nosso rating BB- sequer nos posiciona no primeiro lugar dentro das notas de investimento da “Segunda Divisão” do mundo de investimentos. Percebam que precisaríamos evoluir de BB- para BB e depois de BB para BB+ para termos o título de “Campeão da Segunda Divisão” do mundo dos investimentos.
Note que os países que “ostentam” o Grau Especulativo emitem títulos de dívida pagando muito mais caro e são denominados high yield, eufemismo criado para disfarçar o high risk da operação.
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Alguns chegam a chamar os títulos High Yield de Junk Bonds. Seja como for, portas são fechadas quando o país não tem o selo de Grau de Investimento e isso é ruim. Também não devemos desprezar o custo extra a ser carregado pela população pelo fato de o país sem grau de investimento ter que pagar taxas de juros mais altas para se financiar.
Ratings considerando Grau Especulativo (“Segunda Divisão” no mundo dos Investimentos)
Moody’s | Standard & Poor’s | Fitch |
Ba1 | BB+ | BB+ |
Ba2 | BB | BB |
Ba3 | BB- | BB- |
B1 | B+ | B+ |
B2 | B | B |
B3 | B- | B- |
Caa1 | CCC+ | CCC+ |
Caa2 | CCC | CCC |
Caa3 | CCC- | CCC- |
Ca | CC | CC |
Muitos investidores internacionais graúdos possuem políticas de investimento que permitem minúsculas posições de alocação em países que não possuam o Investment Grade. Algumas políticas são tão drásticas que vedam o investimento em países sem o Grau de Investimento.
Para um investidor institucional gringo, o Brasil representa uma fatia minúscula da sua carteira global de investimentos. Na cabeça do típico investidor financeiro estrangeiro, qualquer um que aloque 100% do seu capital no Brasil é muito arrojado ou até insano.
Por fim, a recuperação do Grau de Investimento pelo Brasil é um tema em absoluto esquecimento e que deve voltar ao debate econômico.
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