(Silvana Rocha, Estadão Conteúdo) – O mercado de câmbio está volátil. O dólar à vista abriu com viés positivo alinhado à valorização externa, mas caiu de forma pontual e, há pouco, retomou alta. O ajuste positivo é leve e influenciado pela valorização da divisa americana ante seus pares principais (DXY) no exterior em meio à espera de sinais de política monetária pelo Federal Reserve, no simpósio anual em Jackson Hole, nos EUA, amanhã e sexta-feira.
Leia também
Os investidores mantêm perspectivas de mais aumentos de juros nos EUA, há expectativa por novas declarações de dirigentes do BC americano, mas o foco dos investidores ficará no presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que irá discursar na sexta-feira. Ontem, após dados mais fracos de atividade americana, as apostas em alta de 50 pontos-base nos juros nos EUA superaram as de 75 PB para a reunião de 21 de setembro do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
No radar nesta quarta-feira estão ainda mais dados econômicos dos EUA que podem influenciar as apostas para futuros aumentos de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), como as vendas pendentes de imóveis (11h00), além de estoques de petróleo pelo Departamento de Energia (11h30).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
As encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, já divulgadas, ficaram estáveis em julho ante junho, em US$ 273,5 bilhões, segundo dados divulgados há pouco pelo Departamento do Comércio do país. O resultado frustrou analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 1% nas encomendas. Excluindo-se o setor de transportes, as encomendas de bens duráveis aumentaram 0,3% no período. Já sem a categoria de defesa, houve alta de 1,2%.
A inversão de sinal para baixo no mercado de câmbio interno mais cedo refletiu ajustes à queda paralela do dólar frente peso mexicano e peso chileno no mercado de divisas emergentes e ligadas a commodities em manhã de novos ganhos do petróleo e do minério de ferro, disse o diretor Jefferson Rugik, da corretora Correparti. Rugik identificou entrada de fluxo de exportador ajudando na queda pontual frente o real mais cedo.
Na agenda local, o IPCA-15 de agosto mostrou deflação menor que a esperada, o que pode a esfriar apostas em relação ao início dos cortes da Selic em 2023. O índice registrou queda de 0,73% em agosto, menor que a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (-0,82%).
Às 9h41, o dólar à vista subia 0,38%, a R$ 5,1182. O dólar para setembro ganhava 0,22%, a R$ 5,1275.
Publicidade