(Ilana Cardial, Estadão Conteúdo) — Os juros dos Treasuries caíram nesta sessão, com investidores digerindo o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll. A criação de vagas veio próxima à expectativa de analistas, enquanto a taxa de desemprego acelerou. Na esteira do indicador, a aposta para alta de 75 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve (Fed) perdeu forças no mercado.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,405%, depois de ter atingido o maior nível desde 2007 nesta semana. Já o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,197% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,345%.
Em agosto, os EUA criaram 315 mil empregos, pouco acima da mediana de 300 mil, registrada pelo Projeções Broadcast. A taxa de desemprego acelerou a 3,7%, contrariando expectativa de estabilidade a 3,5%. Já o salário médio por hora subiu menos que o previsto.
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Os juros dos Treasuries aceleraram queda após os indicadores, com a possibilidade de que o Fed adote um apostura menos agressiva no próximo dia 21. Monitoramento do CME Group apontava, na marcação, para chance de 56% de alta de 75 pb e de 44% para 50pb. Ontem, tais parcelas eram de 75% e 25%.
Para a reunião de dezembro, também houve ajuste. A aposta para a faixa de juros entre 3,75% e 4% deixou de ser majoritária e passou a ter 45,2% de chance. Agora, a principal aposta, com 45,9% de probabilidade, é para juros entre 3,5% e 3,75% até o último encontro monetário do ano.
Apesar de certa moderação pelo payroll, a Capital Economics afirma que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em ingles) deve ser o fator crucial para a decisão do Fed. O BMO Capital Markets destaca que nada impede uma alta de 75 pb até o momento.
Ainda entre indicadores, os juros da T-note de 10 anos estendeu perdas na esteira da queda do dado de encomendas à indústria norte-americana. O indicador teve perda mensal de 1% em julho, ante previsão de leve alta.
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Em mais de três décadas, é a primeira vez que o mercado de títulos dos EUA entram em bear market, quando há queda de ao menos 20% ante o pico mais recente. O Índice Bloomberg Global Aggregate Total Return, que reúne títulos governamentais e corporativos, caiu mais de 20% abaixo de seu pico, no maior recuo desde sua criação, em 1990.
*Com informações da Dow Jones Newswires.