O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)
(Antonio Temóteo e Thaís Barcellos, Estadão Conteúdo) — O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou há pouco que o Federal Reserve (Fed) trouxe uma mensagem de que não vai relaxar no processo de alta de juros. Segundo ele, o mercado espera que a queda da economia global ajudará no processo de desinflação, o que pode não ocorrer. As declarações foram feitas durante o evento Valor 1000, do jornal Valor Econômico, em São Paulo.
“O Fed veio com uma linguagem mais dura. Existia uma interpretação de que o Fed estava atrasado e que deveria ter agido há mais tempo. Eles entendiam que o problema vinha de oferta e não de demanda. Decidiram atuar em algum momento. Desde esse momento falaram bastante duro”, disse.
Segundo Campos Neto, as condições financeiras agregadas são o ponto principal para a economia dos Estados Unidos e não só a alta de juros.
“O risco principal é que os mercados entendem que há desaceleração global sincronizada e que isso vai gerar uma desinflação logo ali na esquina. O que pegaria o mercado de surpresa, com uma janela mais contínua, em períodos de juros altos por mais tempo e crescimento para baixo, o mercado de crédito tenderia a sofrer”, declarou.