Às 13h21 desta terça-feira (6), o Ibovespa caía 2,1%, aos 109.848,26 pontos, com apenas 10 ações operando no campo positivo. O polêmico IRB (IRBR3) era um dos principais destaques, com uma valorização de 0,83%, aos R$ 1,21. No pico do dia, por volta de 10h25, o papel do ressegurador chegou a saltar 7,5%, a R$ 1,29.
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Devido à grande volatilidade, os papéis foram submetidos a leilão ao longo da sessão. Vale lembrar que os ativos vinham de grandes quedas nos últimos pregões, desde que a empresa anunciou um aumento de capital ao preço de R$ 1 por ação, em 1 de setembro. De lá para cá, os papéis cederam mais de 26%.
No total, foram captados R$ 1,2 bilhão na oferta, necessária para que a empresa volte a se enquadrar nas exigências de liquidez da Superintendência de Seguros Privados (Susep) – regulador do mercado de seguros.
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(Leia aqui a nova recomendação para o IRB após aumento de capital e entenda por que a oferta foi uma péssima notícia para os investidores)
Para Gustavo Bertotti, economista chefe da Messem Investimentos, esse salto observado nas últimas horas em IRBR3 é uma movimentação especulativa. “Não dá pra traçar nenhuma tendência”, afirma. “A empresa está buscando uma captação para reforçar caixa e ainda há a dúvida se essa oferta será pontual ou se deverão ter outras ofertas. Muita incerteza.”
Essa também é a visão de Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital. “O papel apresenta uma volatilidade grande. Nos últimos dias tem acontecido mais uma especulação em torno do papel, do que investidores montando ou desfazendo posições.”
Ibovespa hoje
O desempenho fraco do Ibovespa hoje ocorre na esteira das falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação à possibilidade de subir mais os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Reacende uma discussão que estava adormecida. Quando o presidente do BC dá esse alerta, significa que talvez a precificação dos ativos esteja errada”, afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Nas últimas semanas, várias ações de varejistas e empresas de tecnologia tiveram grandes desvalorizações, na esteira do possível fim da alta de juros no Brasil.
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Um terceiro fator seria a pesquisa Ipec, que mostrou o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, subindo nas intenções de voto para o segundo turno. Esse dado pode estar afetando o mercado na sessão desta terça, principalmente as estatais. “O entendimento é que com o Lula voltando, as estatais seriam mais atingidas”, afirma Cruz.
Fora isso, há o feriado de 7 de setembro. Geralmente, pregões pré-feriados costumam ser fracos para o Ibov.