(Thaís Barcellos, Estadão Conteúdo) — O Banco Central (BC) destacou, na ata do 50º Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), que o risco de crédito para microempresas começou a aumentar, enquanto para famílias seguiu se elevando.
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Na reunião da semana passada, o Comef manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em zero. O ACCPBrasil é uma parcela do capital a ser acumulada na expansão do ciclo de crédito e consumida na sua contração, que trata o risco sistêmico cíclico do crédito e dos preços dos ativos.
Na avaliação do BC, as provisões do Sistema Financeiro Nacional (SFN) mantiveram-se adequadas, acima das estimativas de perdas esperadas. O aumento da proporção de ativos problemáticos em operações ligadas a microempresas mesmo com a forte expansão da carteira de crédito foi uma exceção dentro do grupo de pessoas jurídicas.
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“No caso das famílias, o aumento de ativos problemáticos tem superado o crescimento da carteira de crédito. Essa tendência deverá permanecer com o crescimento do crédito em modalidades mais arriscadas”, afirmou o Comef.
Segundo o BC, o crescimento do crédito amplo continua condizente com os fundamentos econômicos. “O crédito para pessoas físicas permanece avançando de forma mais acelerada em operações de maior risco e retorno e em operações ligadas a transações de pagamento.”
Para micro, pequenas e médias empresas, o comitê afirmou que o ritmo de crescimento do crédito foi mantido, enquanto as grandes empresas incrementaram as operações com os bancos recentemente, embora continuem acessando principalmente o mercado de capitais.
O comitê também afirmou que os níveis de capitalização e de liquidez do SFN mantiveram-se superiores aos requerimentos prudenciais. “Os bancos seguem otimizando sua gestão de liquidez com o objetivo de eliminar excessos e de se adequar às atuais condições de mercado e à concorrência por funding. O sistema tem mantido ativos líquidos suficientes para absorver potenciais perdas em cenários estressados e cumprir a regulamentação vigente”, avaliou.
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Além disso, o BC afirmou que o nível de capital manteve-se estável e superior ao requerido. Da mesma forma, a rentabilidade está estável, na média dos últimos anos. Já a margem de crédito líquida das provisões está em seu mínimo histórico, mas é compensada, conforme o BC, por ganhos de tesouraria.
“Os resultados dos testes de estresse demonstram que o sistema está resiliente. Nos cenários de estresse macroeconômico avaliados, o sistema não apresentaria problema relevante”, destacou o BC.
O Comef voltará a se reunir ordinariamente em 17 de novembro.