Nesta sexta-feira (23), uma reportagem do Estadão mostrou que a verba destinada para investimentos nas áreas de prevenção e controle do câncer no País foi reduzida em 45%, saindo de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, em 2023.
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A apuração mostrou que o corte na despesa de saúde faz parte de um movimento promovido pelo governo Jair Bolsonaro para acomodar os R$ 19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto, pacote de recursos usado para acordos políticos no Congresso.
Ele também reduziu a reserva de dinheiro público para a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados no atendimento de gestantes e bebês; dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais e pessoas com deficiência. Na prática, esse corte pode impactar diretamente na construção, ampliação, reforma e aquisição de equipamentos e materiais hospitalares. Veja os detalhes.
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Os efeitos da crise econômica, agravada pela covid-19, também têm afetado o sistema de saúde particular, que sofreu um reajuste superior a 15% neste ano – o maior da história, segundo Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ou seja, optando pela contratação de um plano privado individual, o brasileiro pode comprometer pelo menos R$ 200 do orçamento mensal.
Como o corte pode despertar receios sobre o atendimento no sistema público de saúde, e um plano privado não reflete uma realidade que cabe no bolso de muitas famílias, o E-Investidor conversou com planejadores financeiros para entender como iniciar um processo de organização financeira e montar uma reserva voltada para gastos emergenciais com saúde.
No caso de quem depende inteiramente do SUS, há dois caminhos, segundo a educadora em finanças pessoais Carol Stange. “Se o seguro se tornar a prioridade, vale fazer a organização das despesas dentro de casa para cortar o que for possível”, diz. “O segundo passo é tentar trazer mais dinheiro para o orçamento através de renda extra. Sabendo que há pouca margem de corte no orçamento familiar, é importante buscar formas de trazer mais dinheiro.”
Na impossibilidade de destinar parte da renda mensal para um plano de saúde, uma terceira alternativa envolve a construção de uma reserva financeira para a finalidade. “Se o meu orçamento não cabe uma parcela de R$ 150 por mês, posso tentar destinar R$ 50 para a reserva com esse carimbo de despesa médica”, afirma Stange.
Quanto custa um plano de saúde?
Uma simulação realizada no buscador Saúde Bliss mostra uma base inicial de valor. Veja a seguir:
Plano de Saúde | Valor (em RS) |
Amil | a partir de 114,85 |
Bradesco | a partir de 322,09 |
CNU Unimed | a partir de 268,23 |
GNDI Notre Dame | a partir de 203,56 |
Porto Seguro | a partir de 290,19 |
Sampo | a partir de 256,41 |
SulAmerica | a partir de 246,61 |
Unimed | a partir de 300,76 |
*Busca realizada no dia 23 de setembro de 2022 no site Bliss Saúde
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