A inflação ainda é protagonista na condução dos rumos dos mercados, que retomam a aversão ao risco nesta manhã de quinta-feira (29), com as bolsas europeias e os índices futuros em Nova York sugerindo uma nova sessão de perdas. A proximidade das eleições somada à cautela externa deve reduzir o apetite nos mercados brasileiros.
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Para além desses fatores, os investidores no Brasil repercutem o conteúdo do Relatório Trimestral de Inflação e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro, o que deve manter as negociações no mercado de juros mais instáveis pela manhã.
Além da escalada global de preços, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, rejeitou as críticas e um apelo público do Fundo Monetário Internacional (FMI) para suspender seu plano de corte de impostos. Ela afirmou estar disposta a tomar “decisões difíceis” para ajudar na recuperação da economia britânica, o que, em uma primeira leitura dos investidores, parece ir na contramão do combate à inflação.
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Apesar desse ambiente mais negativo para os mercados acionários, a manhã é mais positiva para as principais commodities, com os contratos futuros do petróleo operando em alta e ampliando os ganhos robustos de ontem. Os preços futuros do minério de ferro subiram 0,72% em Dalian, cotados aos US$ 100,41 por tonelada.
No mercado global de moedas, o índice DXY, que mede as variações do dólar frente a outras
seis divisas relevantes, opera em alta, praticamente apagando boa parte das perdas da véspera e rondando patamares historicamente altos.
Agenda econômica (29/09)
Brasil: O dia começa agitado, com a publicação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do terceiro trimestre (8h), comentado em seguida em entrevista coletiva virtual do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen (11h). O IGP-M de setembro (8h) mostrou deflação de 0,95%, após um recuo de 0,70% em agosto, refletindo ainda os cortes nos preços de combustíveis.
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A agenda ainda reserva a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto (10h30) e o resultado primário do governo central (14h30). Para o dado de emprego, as estimativas indicam criação líquida de 269,350 mil postos formais de trabalho em agosto após saldo positivo de 218.902 vagas em julho, enquanto para as contas públicas do governo central a mediana
aponta déficit primário de R$ 48,20 bilhões em agosto, após um superávit de R$ 19,309 bilhões em julho.
Por fim, o Tesouro realiza leilão (11h) para venda de títulos público prefixados (LTN e NTN-F) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem reunião (15h).
EUA: A terceira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre e os pedidos semanais de auxílio desemprego (9h30) são os indicadores mais aguardados hoje. Discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Loretta Mester, de Cleveland (14H), e Mary Daly, de São Francisco (17H) serão novamente monitorados.
Europa: A prévia do índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha em setembro (9h) é outro dado relevante pela manhã. Mais cedo, o índice de sentimento econômico da zona do euro caiu em setembro ao menor patamar desde novembro de 2020, um resultado bem aquém da expectativa, que previa queda do indicador a 96 pontos.
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