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Ibovespa: após oscilar à tarde para o negativo, bolsa sobe 0,08%

Nesta terça-feira, com bolsa chegou aos 116.230,12 pontos no encerramento, ficando bem perto da estabilidade

Ibovespa: após oscilar à tarde para o negativo, bolsa sobe 0,08%
(Foto: Shutterstock)

Embora em ritmo bem mais moderado nesta terça-feira, o sinal em boa parte do dia era de que o Ibovespa estenderia a série de ganhos pela terceira sessão, vindo de altas de 5,54% e de 2,20% nas duas anteriores. A partir do meio da tarde, contudo, a referência da B3 chegou a firmar-se em leve baixa (-0,26% na mínima do dia), apesar do avanço visto nos principais mercados da Europa, que chegou a 4,24% (em Paris), e também do observado em Nova York, que foi a 3,34% (Nasdaq) no fechamento.

Nesta terça-feira, com Ibovespa aos 116.230,12 pontos no encerramento, ficou bem perto da estabilidade (+0,08%), ainda assim no maior nível de fechamento desde 13 de abril (116.781,96). O giro financeiro ficou em R$ 35,0 bilhões na sessão, após ter fechado ontem a R$ 46,2 bilhões. Na semana e no mês, o índice da B3 ganha 5,63%, colocando o avanço no ano a 10,88%.

O Ibovespa oscilou e se firmou no negativo no meio de tarde, com estatais como Petrobras (ON -1,97%, PN -2,52%) e Banco do Brasil (ON -5,38%, segunda maior perda da carteira do índice na sessão) acentuando queda e devolvendo parte do desempenho exuberante do dia anterior, quando a eleição de um Congresso conservador e “pró-mercado” havia animado os investidores, levando a Bolsa a fechar o dia em alta acentuada, no que foi seu maior ganho, em porcentual, desde abril de 2020.

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Na ponta negativa do índice na sessão de hoje, além de BB, destaque também para IRB (-6,25%), Cemig (-5,04%), Cielo (-4,31%), MRV (-4,17%) e Positivo (-4,10%). No lado oposto, 3R Petroleum (+9,33%), em dia de alta de 3% para o petróleo, à frente de Americanas (+6,03%), Locaweb (+5,60%) e CSN Mineração (+5,43%). Em Cingapura, o minério de ferro fechou a terça-feira em alta de 1,30% – nesta semana, as bolsas de Dalian e Qingdao, na China, não funcionam devido ao feriado da Semana Dourada. Vale ON fechou o dia em alta de 2,42%, contribuindo para mitigar a oscilação para o negativo vista no Ibovespa ao longo da tarde.

“Há uma acomodação natural, depois de forte avanço ontem, especialmente das estatais. A percepção é a de que um Congresso mais conservador tende a dificultar, na hipótese de vitória de Lula, uma mudança de rumo imediata e aguda – ele precisará negociar muito mais para aprovar suas propostas. Isso traz um balanceamento ao próximo governo, caso de fato mude o presidente”, diz Ana Luiza Gnattali, sócia e responsável pela mesa de renda variável da Legend Investimentos.

“Ontem, a alta do Ibovespa impressionou: estamos chegando naquele ponto em que não se sabe mais se o rali é brasileiro ou parte do rali mundial, mas o fato é que o bom humor se estendeu à manhã de hoje”, diz o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. “As eleições de domingo trouxeram a ideia de que o Lula, ganhando, fica restrito por um Congresso de centro-direita, especialmente nas políticas fiscal e orçamentária, em sentido mais rígido e ortodoxo. Ou porque aumentou a chance de Bolsonaro ser reeleito”, acrescenta. Por um sentido ou outro, o mercado fez leitura “bastante positiva” do desfecho do primeiro turno, observa o economista.

Assim, após ter sido amplamente pautado pelo comportamento externo no período anterior à eleição, em que os movimentos acompanharam de perto as incertezas sobre a economia global, os investidores voltam agora parte da atenção à costura política que antecede a etapa final, no dia 30, que promete ser acirradíssima entre Lula e Bolsonaro, separados por uma diferença de pouco mais de 6 milhões de votos no primeiro turno.

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Hoje, em entrevista à colunista Irany Tereza, do Broadcast, o ex-presidente do BC e sócio da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, apontou que a margem de 6 milhões de votos é insuficiente para definir a eleição. Fraga, que havia pensado em anular voto no segundo turno, disse também que apoiará Lula, na medida em que os “riscos aumentaram”, referindo-se indiretamente à possibilidade de vitória de Bolsonaro no dia 30. Ele também considerou “muito otimista” a reação de ontem do mercado à eleição de um Congresso de perfil ainda mais conservador, bem como ao desempenho eleitoral do atual presidente da República, acima das expectativas e do que indicavam as pesquisas de intenção de voto.

“Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste duas opções, ao meu ver, insatisfatórias”, disse hoje, em vídeo nas redes sociais, o candidato derrotado do PDT no primeiro turno, Ciro Gomes, ao comentar o apoio anunciado por seu partido à candidatura Lula no segundo turno. Em nota oficial, o Cidadania, que apoiou Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, citou hoje “riscos de escalada autoritária” para justificar a escolha de Lula para o segundo turno.

Por sua vez, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem sofrido pressão de alguns parlamentares de seu partido e de aliados para manter-se neutra durante o acirrado segundo turno da eleição presidencial. A candidata recebeu 4,2% dos votos no primeiro turno e prometeu se posicionar na disputa do segundo turno, sinalizando disposição pessoal de apoiar Lula.

Pelo lado do governo, ao oficializar o apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto, o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que vai fazer do Estado a “capital da vitória” do atual presidente. Correligionário do candidato à reeleição, Castro se encontrou com Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 4, após o presidente ter sido apoiado pelo governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

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Em São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), esteve na sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes, fazendo acertos finais para o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado no primeiro turno da eleição estadual, ao presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro.

Depois, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo paulista, Rodrigo Garcia declarou, nesta terça-feira, “apoio incondicional” à candidatura do chefe do Executivo no segundo turno. Com críticas ao PT, o tucano, que também declarou apoio à Tarcísio, afirmou que a ação tem como objetivo impedir que os petistas cheguem ao governo do Estado. “Durante toda a eleição de primeiro turno, eu disse que São Paulo é um Estado desenvolvido, Estado que dá oportunidade a todos, que ajuda a quem precisa”, disse. Destacando que o PT nunca chegou a ocupar o Executivo estadual, o tucano declarou também: “Eu não quero (o PT) para São Paulo, muito menos eu quero para o Brasil”.

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