Os rendimentos dos Treasuries subiram nesta quinta-feira, após chegarem a perder força diante de dados do mercado de trabalho dos EUA, que sinalizaram que o Federal Reserve (Fed) pode não ser tão agressivo em seu aperto monetário. No entanto, o movimento não se sustentou, já que comentários de dirigentes do BC americano continuam indicando que as altas de juros continuarão sendo necessárias em meio à escalada inflacionária. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,220%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,818% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,792%.
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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA teve alta de 29 mil na semana encerrada em 1 de outubro, a 219 mil, acima da expectativa de 203 mil solicitações. De acordo com a Oxford Economics, qualquer flexibilização das condições do mercado de trabalho será bem-vinda pelo Fed, mas não mudará os planos de continuar a aumentar as taxas. O Citi comenta ainda que, embora os dados ainda não mostrem sinais óbvios do furacão Ian, os efeitos relacionados a ele tornarão os pedidos um pouco mais difíceis de interpretar nas próximas semanas. Para a High Frequency Economics, o mercado de trabalho dos EUA parece estar indicando alguma diminuição na demanda. “Mas, por enquanto, tendo enfrentado uma escassez persistente de mão de obra, as empresas ainda estão segurando, em vez de demitir trabalhadores”, destaca.
Investidores também seguem monitorando discursos de dirigentes do BC dos EUA. Presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, reafirmou hoje que os Estados Unidos estão em um ambiente em que a inflação está “inaceitavelmente alta. Já o dirigente de Minneapolis, Neel Kashkari, destacou que o BC americano ainda está “distante” de uma “pausa” no aperto monetário. A integrante do conselho do Fed, Lisa Cook, por sua vez, ressaltou que a instituição deve manter a política monetária restritiva até que tenha certeza de que a inflação está firmemente no caminho da meta de 2%.
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A Capital Economics destaca que o forte achatamento na curva de juros dos Treasuries nas últimas semanas, combinado com a queda da atividade imobiliária, levaram a probabilidade de recessão da economia americana de 28% para 51% em setembro.