Os juros dos Treasuries subiram nesta quarta-feira (19), renovando máximas em anos, à medida que aumentou a perspectiva por um Federal Reserve (Fed) agressivo, no âmbito da divulgação do Livro Bege e de comentários hawkish de dirigentes da instituição. Dados do mercado imobiliário dos EUA e um leilão de T-bonds de 20 anos também estiveram no radar.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos tinha alta de 4,541%, o da T-note de 10 anos subia a 4,123% e o do T-bond de 30 anos subia a 4,124%. Nos maiores níveis desde agosto de 2007, julho de 2008 e julho de 2011, respectivamente.
“Os rendimentos do Tesouro estão subindo, e o dólar está se firmando à medida que as autoridades do banco central americano continuam fazendo barulhos”, disse Karl Schamotta, estrategista-chefe de mercado da Corpoy, ao WSJ. Presidente da distrital de Minneapolis do Fed, Neel Kashkari, disse hoje que não será possível pausar a alta de juros nos EUA antes que o núcleo da inflação no país pare de subir. Já o Livro Bege da instituição mostrou que o crescimento de preços nos Estados Unidos “seguiu elevado, embora com algum alívio notado entre vários distritos”.
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No radar do mercado, também estiveram os dados de construções de moradias iniciadas nos EUA, que caíram 8,1% em setembro, enquanto analistas previam recuo mais modesto, de 6,7%. Além disso, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou que o leilão de US$ 12 bilhões em T-bonds de 20 realizado hoje registrou yield (retorno) de 4,395% e taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, em 2,50 vezes, abaixo da média recente de 2,65, de acordo com o BMO Capital Markets.
“De fato, o aumento nos rendimentos do Tesouro foi impulsionado pela taxa real, à medida que os preços da política monetária hawkish persistem. O Fed está disposto a aproveitar as oportunidades de aperto que o mercado apresenta e, embora um aumento de 100 pontos-base em novembro não esteja realisticamente na mesa, as chances de outro movimento de 75 pontos-base em dezembro estão aumentando”, analisa o BMO.